domingo, 10 de abril de 2011

Adeus às armas

        Agora que a tragédia de Realengo despertou o interesse na retomada da discussão acerca da comercialização e controle de armas no país, é bem provável que este seja o grande mote para futuros debates que se seguirão na questão da violência que aflige os brasileiros.
        Infelizmente, a cada evento de revés na sociedade vem à tona algo que não se resolveu, por comodismo, inércia, ou, até mesmo, despreparo na condução de um processo que possa erradicar ou amenizar os efeitos de uma grande mazela social.
        Quando eu afirmei aqui que o governador Sérgio Cabral relembrou a questão em hora inoportuna, no momento após a tragédia naquela escola, é porque o mais importante era tratar do problema da segurança nas escolas, atribuição da municipalidade, portanto.
        Mas, até hoje, como nenhuma política de segurança conseguiu diminuir os índices de violência no Brasil, principalmente nas grandes metrópoles, nunca é tarde, aliás, está mais do que na hora de se traçar um plano verdadeiramente eficaz no combate à violência.
        Muito antes, quando já se praticava outras modalidades de crimes como, seqüestro, assalto à banco e ataques à pedestres nas ruas, já se especulava sobre a origem das armas nas mãos de bandidos, ou em cenário de fato isolado do cotidiano. Já tivemos outros casos em que anti-herois da sociedade levaram pânico às pessoas, causando perdas irreparáveis, e as discussões, na época, apenas ensaiaram um projeto que trouxesse resultados promissores.
        Recentemente, a polícia fluminense fez uma grande apreensão de armas  no Complexo do Alemão, por conta da implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora naquela comunidade. Pelo montante do armamento recuperado na operação, ficou evidente a quantidade e a facilidade com que armas entram no país de forma ilícita. Surpreendentemente, nessa investida da polícia no Complexo, o que teve de mais importância junto à opinião pública foi a retomada daquele território e a devolução do direito de ir e vir dos moradores locais. Se o governador e o secretário de segurança na ocasião acenaram com algum projeto para frear um suposto tráfico de armas, a promessa ficou na intenção e nas páginas do noticiário.
        Oxalá não precise a sociedade vivenciar outra experiência de barbaridade para recomeçar uma outra discussão inútil.
           Quando as três esferas de governo manifestam sua parceria em prol do bem comum, a esperança surge acompanhada da incerteza, pela dúvida quanto ao futuro, ou, até mesmo pela decepção pelo voto talvez desperdiçado.
        Mais uma vez o governo e o Viva Rio resolveram recomeçar a campanha pelo desarmamento, uma reedição da mesma campanha de anos atrás, quando apenas se barganhou com a sociedade a devolução de armas em poder de cidadãos comuns. O Movimento Viva Rio, dentro de suas atribuições de elemento da sociedade civil tem mais é que promover essas iniciativas, mas pelo lado do poder público, a fiscalização permanente das fronteiras, pelas Forças Armadas e Polícia Federal se faz necessário para que essas ações tenham resultados imediatos.
        De qualquer forma, ainda existe uma luz no fim do túnel. Enquanto a sociedade vai assistindo ao ricochetear de uma bala perdida ou direcionada, pelo menos  nossos brasileirinhos, aqui no Rio, tem uma razão para voltar a sorrir. O deputado estadual Zaqueu Teixeira, presidente da Comissão de segurança da Assembléia Legislativa do Rio, assegurou que vai convocar o deputado Comte Bittencourt, presidente  da Comissão de educação da casa, para uma audiência pública para discutir a segurança nas escolas.
       Que chegue o fim dos estampidos e blá-blá-blá!

Um comentário:

  1. Concordo que nunca é tarde para começar a melhorar nossa segurança. Cabral deve criar um plano de segurança e desta forma evitar que outras tragédias aconteçam no estado.

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