terça-feira, 31 de maio de 2011

Ainda a motosserra

     Depois das dicussões acaloradas para a produção do texto do Código Florestal na Câmara dos Deputados aconteceram três assassinatos no Pará que dão a dimensão do que ocorre neste momento, e o que pode acontecer num futuro bem próximo, caso as discussões em questão tome outro rumo.
     Claro que num primeiro olhar muita gente faça a separação de uma coisa e outra. Mas o assassinato de Chico Mendes, em dezembro de 1988, ocorreu no momento em que já se discutia a questão ambiental no Brasil, com ênfase no clima do planeta, por pressão de ambientalistas brasileiros e estrangeiros. No entanto, naquela época, a atividade extrativista, a agricultura e a pecuária já demandavam preocupação pela necessidade de se conciliar a atividade econômica com a preservação ambiental.
      Todo mundo sabe que os encontros no Rio, Kioto e Copenhagen não tiveram um desfecho que se esperava porque cada país participante cuidou apenas de seus interesses, irredutíveis na questão das emissões de gases poluentes em seus prósperos parques industriais.
      Mesmo com a fome assolando várias nações do planeta, nenhum país desenvolvido foi capaz de implementar um projeto de distribuição de alimentos em larga escala para as populações carentes, assim como esses mesmos países ricos não conseguiram elaborar uma engenharia financeira que os tirassem da crise proveniente de um modelo arcaico, cujas ações não abarcam todas as nações do mundo.
      Aqui no Brasil, essa falta de competência também impera, considerando que não conseguimos adequar as principais atividades econômicas à preservação do meio-ambiente. E os conflitos que se seguem no campo é o primeiro sinal de que não houve muito esforço para mudar esse quadro; que a atual política do campo não contempla todos os seguimentos e estratos sociais envolvidos na lida rural, o que não traz benefício algum para o país, pela proposta que temos de crescer, ainda mais que agora fizemos acordos comerciais com algumas nações do primeiro-mundo.
      Se os desmatadores da Amazônia, do Mato Grosso e de outros cantos do Brasil sabiam o que estavam fazendo, quando ligavam suas motosserras, não lhes cabe anistia e sim, a recomposição da área degradada.
      Porque precisamos de crescer, mas com responsabilidade e disciplina.  

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