segunda-feira, 30 de maio de 2011

Tudo como antes

     A prefeitura do Rio classificou como bairros 44 comunidades da cidade, pelos serviços básicos desfrutados pelos moradores dessas localidades, segundo um estudo da Secretaria Municipal de Habitação. Antes que me achem pessimista, devo lembrar que já foi feita em gestões anteriores uma tentativa de se embelezar algumas comunidades, com o claro objetivo de dar uma satisfação à opinião público sobre as propostas que a municipalidade vem demonstrando ao longo desses tempos.
      Quando Cezar Maia esteve à frente do nosso município ele implementou o Favela-Bairro para resgatar, entre outras coisas, a dignidade das pessoas alí residentes. Mas, passados esses anos, não é difícil perceber que não houve resultados satisfatórios, ou seja, continua tudo apenas bonitinho, com vielas cimentadas e pronto.
      Naquela época havia um desentendimento explícito entre o prefeito e o governador, o que acabava complicando ainda mais qualquer tentativa de trazer algo novo às comunidades carentes. Hoje, Eduardo Paes e Sérgio Cabral fazem questão de destacar a parceria entre ambos, mas com poucos resultados práticos.
     Agora, com a implantação das UPPs, surge uma excelente oportunidade para se implantar um amplo projeto de modernização e socialização dessas comunidades. Depois que a Polícia Militar e as Forças Armadas retomaram algumas localidades em poder de bandidos, a Prefeitura continua devendo, não só uma satisfação à população, como também um verdadeiro choque de ordem. O próprio secretário de segurança, José Mariano Beltrame, se mostrou desolado com a falta de investimento nas áreas com UPP.
     Com relação à classificação que a prefeitura quer dar às 44 localidades selecionadas, venho lembrar que em tempos atrás a Rocinha ganhou status de bairro e, no entanto, aquela comunidade continua com seus velhos problemas de sempre: falta de investimento, crescimento indiscriminado pela ocupação irregular do solo, sem contar os outros tormentos que afligem a vida dos moradores.
    O presidente do Instituto Pereira Passos, Ricardo Henrique, disse que quer promover uma reflexão sobre o conceito de favela.
    Ok, mas não de forma superficial, senhor!   

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