segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Que Deus é esse?

      Afinal de contas, em que Deus querem transformar o Steve Jobs? Tudo bem que vivemos numa sociedade politeísta, Deus disso, Deus daquilo, mas o fato de o Steve ter trazido uma solução para uma tendência que já se verificava, de convergência de mídia, não faz dele um ser supremo. Há muito tempo que a tecnologia anda junto com a evolução humana, e até há bem pouco tempo atrás a invenção da roda era considerado o grande feito humano, pelos desdobramentos na vida de todos até hoje.
      Além do mais, todas as conquistas e descobertas apenas se encaixam dentro das necessidades das comunidades e civilizações, desde a época em que vários grupos distintos se digladiavam para sobreviverem em seu meio social e das forças da natureza, por isso começaram a trabalhar a pedra, lascada e polida. 
      Não se pode desprezar a inteligência e desenvoltura de Steve Jobs no seu conceito de interação humana pelo meio virtual, mas não temos ainda a certeza de que esse estreitamento entre os povos e grupos sociais vai fazer todo mundo evoluir, não no sentido de acumular bens de consumo, mas de protelar o fim da raça humana, trabalhando sua própria evolução, através do entendimento. 
    Enquanto se comemora a criação de um mecanismo que estreita os laços, isso também pode servir de discórdia, haja vista o que aconteceu durante as duas Grande Guerras, quando se promovia em cada edição do conflito as novidades da indústria armamentista, como forma de manter a paz(?) no mundo. Isso sem contar as grandes descobertas que nasceram de mentes imaculadamente puras e acabaram virando objeto de  discórdia. Certamente, Albert Einstein não queria causar todo esse reboliço quando deixou o legado da fissão nuclear para a humanidade, assim como Alfred Nobel, inventando a dinamite, que poderia ser usado em projetos de construção, não de destruição.
     Muita gente pode até achar que estou querendo detonar o Steve Jobs, não dando importância ao seu feito, não é isso. Só que ele já vinha trabalhando em cima de possibilidades que já existiam, pela disponibilidade de recursos que a própria ferramenta oferecia, que outros já tinham aprimorado. Com certeza o seu trabalho vai servir de objeto para melhorar o nível de excelência, mais pela demanda, pela necessidade.
     Dentro do universo da comunicação, em que a informação precisa fluir num canal cada vez mais estreito, não demora muito as novidades de Steve Jobs serão coisas do passado.
     Quando lembramos das dificuldades que outros gênios de outrora tiveram para implementar seus projetos, lembramos dos grandes escritores, que conseguiram eternizar suas obras, sem uma grande ferramenta para difundir. Os grandes cineastas, Charles Chaplin, que conseguiu fazer tudo aquilo, mesmo com os parcos recursos da época; Roberto Rossellini, que filmou " Roma cidade aberta" com restos de negativos de filmes recuperados nos escombros da Segunda Guerra.
      Pois, é! Estou convencido de que a mente humana ainda não atingiu o seu apogeu em um grande feito, o que inviabiliza esse endeusamento inútil.
      
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