sábado, 22 de outubro de 2011

Reza forte

     Quando começou essa primavera sem sol, sem praia, tudo meio esporádico, borocochô, como dizia minha vó, pensei, tem algo bizarro no ar. Esses desdobramentos da semana vieram confirmar os prognósticos do mês passado, quando já se vislumbrava o inferno astral se instalando no Rio de Janeiro.
     Esse monte de dinheiro que o petróleo proporciona para o nosso estado, deixou de ser um direito adquirido para se transformar no objeto de cobiça de quem não está sentado em cima das bacias, mas pode reclamar o seu quinhão, considerando que a federação pode resolver distribuir como quiser, desde que ela fique em vantagem, porque, é aquela história, né, quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é burro ou não tem arte.
     Agora o Sérgio Cabral e os senadores fluminenses vão ter que se desdobrar até saber o que a presidente Dilma Rousseff vai fazer com essa batata quente nas mãos, caso o Congresso resolva oficializar essa rapinagem nos cofres do estado do Rio de Janeiro. Se antes, quando a gente nadava nesses royalties, já faltava investimentos maciços em áreas importantes, imagine agora sem essa merreca no tesouro do estado.  
     Que mal maior pode padecer o povo do Estado do Rio se o governador não encontrar alguma saída para o problema? Caso haja algum tipo de negociação para reverter esse quadro, um prejuízo qualquer vai haver, como forma de compensação, e o povo certamente vai pagar a conta, com arrocho nos impostos, enxugamento da folha do funcionalismo, essa velha conhecida engenharia financeira que o governo adota para não sair mal na fita, mesmo atropelando a Lei de Responsabilidade Fiscal.
    E eu aqui pensando que a gente ia poder contar com essa grana para sempre, proporcionando a qualidade de vida que estamos esperando há tempos, sobrevivendo das deficiências dos serviços públicos, que hoje em dia afeta todas as classes sociais do território fluminense.
    Os próximos capítulos dessa novela prometem, e o Supremo Tribunal Federal pode ter que decidir o destino da população do Estado do Rio de Janeiro, a não ser que a presidente considere os votos daqui importantes para uma possível reeleição. De qualquer forma, o governador vai precisar de muita habilidade, não só para convencer os parlamentares que vão votar essa partilha, como também para dar uma destinação mais satisfatória para tão vultoso recurso, porque essa riqueza que o nosso estado sempre ostentou ao longo desses anos não trouxe muito desenvolvimento para o estado.
    Vamos torcer para que tudo dê certo, porque quando imaginávamos que nossa desgraça chegou ao limite, eis que a FIFA resolve estragar a nossa festa durante a Copa, resolvendo que a seleção só jogará no Maracanã se Neymar e cia levarem a parada para a final.
     Eu, sinceramente, não sei qual o próximo infortúnio a pairar sobre nós. Eu só sei que eu também trabalho como todo mundo, também corro atrás do prejuízo.
     Então, vê aí quem jogou pedra na cruz, porque eu é que não fui...!
 




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