quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Big Brother está no ar

  Definitivamente acabou qualquer resquício de privacidade na era digital. Como bem profetizou George Orwell, estamos irmanados na mesma corrente até o juízo final. A cruz que todo ser mortal carrega são seus próprios segredos e pecados.
  Se alguém tinha o propósito de se proteger dessa bisbilhotice global, Edward Snowden recomenda a todos que tirem o cavalinho da chuva.
  O Planeta Terra agora é uma grande placa-mãe, conectando piratas, déspotas, filantropos e seres comuns numa aldeia gigante. A Teoria de Gaia está sendo reformulada pela influência de bytes. James Lovelock não precisa se preocupar, que seus conceitos não caíram por terra. Pode até ser que a antropologia dos novos tempos não chegue à conclusão alguma, se resolver investigar essa parafernália que criou uma nova tribo mundial.
  A doença da ecologia humana é a exposição compulsória, nua e crua, pelo qual todos estarão fadados a morrer, ser aniquilados por uma nova força oculta, do mal.
  Com o tempo, ninguém conseguirá se esconder dos olhos do mundo, nem os eremitas, que também chegarão para confraternizar nesse festim cibernético.
  Agora que o grande irmão resolveu verticalizar seus empreendimentos, curtindo e compartilhando a vida alheia, sem querer o imperialismo nefasto pode está prestando um grande serviço à grande causa humana. Ao sabor de sua tirania confessa, de repente estará revelando os outros podres poderes, como recompensa pela servidão humana. A cafajestagem estará com dias contados; as pilantragens governamentais sairão da surdina e os homens das lei já estarão se remoendo à medida que as cortinas vão se abrindo.
  Estariam os deuses da cara de pau preocupados com inviolabilidade de sua soberania? Ou enfurecidos pela iminência de descobrirem sua devassidão? Nesse voo rasante que a águia medonha disparou antes de pousar no inferno, os mexericos palacianos, as intrigas de gabinete, os conluios de bastidores, as rapinagens oficiais, tudo fica por um fio.
  As redes sociais foram criadas para isso, para acorrentar as pessoas numa imensa ciranda. Se virou playground depois foi por força das circunstâncias. Era preciso dar um caráter lúdico a esse aprisionamento nada virtual. E essa nova era de grandes navegações permitiu que qualquer um singrasse os sete mares.
   O perigo são os piratas à solta por aí com aquele binóculo de lente de lince, vigiando os navegantes desse realily show.


        

 

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