terça-feira, 22 de outubro de 2013

Dilma acertou em Libra

   Tão logo encerrou o leilão de Libra, começou a enxurrada de críticas a respeito da composição dos consórcios que irão explorar as águas profundas daquele campo nos próximos 35 anos. Apesar do novo formato que o governo federal já tinha sinalizado especificamente para o campo de pré-sal, grande parte dos especialistas não se deu por satisfeito pelo desfecho de todo o processo, acrescentando que a Petrobras poderia, sim, ter tirado mais vantagens do que parece indicar esse novo modelo.
   Mesmo com toda a projeção que havia em torno do potencial petrolífero do território brasileiro, seria quase impossível que a Petrobras se tornasse totalmente independente nos trabalhos de prospecção numa área de dimensões continentais.
   Ainda que a empresa detenha tecnologia de ponta para executar com excelência todas as etapas de produção de petróleo, o montante de recursos necessário para alavancar o projeto em águas profundas não se encaixaria no orçamento da empresa, numa época em que a Petrobras ainda tinha que exportar um volume muito maior do produto para o abastecimento interno, e ainda promover uma sistemática engenharia financeira para que a gasolina, por exemplo, fosse menos dispendiosa para o consumidor.
   O próprio fracasso do Pró-Álcool, na década de 70, contribuiu para que a Petrobras gastasse um montante considerável de recursos, que poderia, já naquela época, está sendo utilizado em projetos futuros de energia alternativa, em cujas matrizes o Brasil demorou a investir, considerando a diversidade de recursos naturais disponíveis em nosso território.
  As gestões passadas, principalmente durante o Regime Militar, não conseguiram implementar esses projetos com os quais as outras nações já acenavam, pela urgência de novas formas de energia, principalmente pela preocupação com o meio-ambiente e a questão da sustentabilidade.
   Mesmo com todo o discurso ufanista do passado, ninguém foi capaz de proteger a nossa riqueza dos predadores de outrora. Qualquer projeto que dependia de capital externo não trazia os resultados que a sociedade brasileira esperava, deixando sempre a economia do Brasil em frangalhos, vulnerável, em função das dívidas que o país acumulava com essas transações cheias de dúvidas e incertezas.
   Agora, a presidenta Dilma Rousseff inaugura um novo modelo de partilha no leilão de Libra, em que a Petrobras fica mais protegida, com a fatia maior na distribuição dos lucros e o petróleo brasileiro finalmente possibilitando investimentos maciços em saúde e educação, e ainda assim uma gama de teóricos de plantão não vê o horizonte que esse novo processo pode descortinar para a população brasileira, com a iminência de geração de empregos, principalmente, tão logo o projeto de Libra comece a movimentar outros setores da economia brasileira.
   O governo federal foi muito feliz em sua decisão e a Dilma muito feliz em seu discurso. Não se esperava outra coisa da presidenta.

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