domingo, 22 de dezembro de 2013

A questão dos ônibus continua

   A prefeitura do Rio anunciou novo aumento do preço das passagens de ônibus, como parte dos procedimentos com os quais estamos acostumados a conviver no apagar das luzes do final de ano.
   Independente do reflexo que isso pode ter nas ruas, como aconteceu recentemente, o Sr. Eduardo Paes tem contas a acertar com a população. Quando houve toda aquela pressão para a Câmara dos Vereadores investigar transparentemente o serviço que as empresas de ônibus prestavam para a cidade, em nenhum momento o prefeito se dispôs a contribuir com as informações que o legislativo municipal precisava para conduzir os trabalhos daquela Casa.
   No auge da composição da CPI dos Ônibus, ele apenas se limitou a creditar aos vereadores da Comissão a responsabilidade pelos trabalhos que a população exigia, no momento em que os integrantes da CPI não representavam o grupo ideal para a conclusão dos trabalhos, pela ligação direta que os nobres condutores tinham com o executivo municipal.
  Com o esfriamento das manifestações, a CPI dos Ônibus acabou não prosseguindo, e tanto a prefeitura, como a Câmara dos Vereadores ficaram devendo à sociedade as respostas que poderiam esclarecer as causas da ineficiência do principal sistema de transporte terrestre da cidade do Rio de Janeiro.
  Agora, o Tribunal de Contas do Município vem alertando a prefeitura sobre a majoração dos preços das passagens dos ônibus, cujo sistema passa por uma análise do plenário do TCM, que não consegue concluir a auditoria dos serviços desse modal por falta de dados que a municipalidade e as empresas de ônibus ainda não encaminharam ao Tribunal, como relata o presidente do órgão, Thiers Montebello, que acrescenta ainda que nessa apuração que o TCM realiza inclui-se também a qualidade do serviço, além das contas do setor.
   E o próprio conselheiro do órgão, Ivan Moreira, declarou que além da dissonância com a prefeitura, há também dificuldades em se captar informações junto às empresas, o que levou o conselheiro à conclusão bem pessimista sobre a questão. Em reportagem para o jornal O Globo, dia 21, Moreira não se furtou a descrever o cenário que ilustra a área de atuação dos ônibus na cidade. Segundo ele, “Não parece possível negar que há irregularidades e obscurantismo nessa modalidade de serviço público”.  
  Se a CPI dos Ônibus não se libertou do corporativismo que costuma imperar nas casas legislativas, pelo menos o Tribunal de Contas do Município faz valer sua independência em prol da população do Rio de Janeiro, tramitando com a lisura que a opinião pública sugere na prestação de contas à sociedade.
  


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