terça-feira, 11 de março de 2014

Nas portas da vida

 

Antes de me enveredar nesse ofício de reportar fatos  e situações do nosso cotidiano, eu já aprendera a lidar com fechaduras, chaves, expediente de conserto e manutenção que executo até hoje como ganha-pão.
   E foi justamente na profissão de chaveiro que eu tive a primeira experiência de companheirismo em toda a extensão da palavra. Naquela época, teoria era coisa desprezível, porque a prática é que dava resultados.
   Nessa troca constante que executamos na vida, sempre em comunhão com alguém disposto a ensinar para aprender, a gente acaba sempre se lembrando de alguém especial, com quem tivemos a honra de trocar figurinhas no passado.
   Meu velho companheiro Antônio Alves Fernandes se foi, mas fica o registro de grandes conquistas e grandes descobertas, do tempo suficientemente curto, mas extremamente importante que eu vivi ao lado de quem estava sempre disposto a oferecer mais do que receber.
   Foi um breve ciclo, mas que permitiu assimilar o que há de melhor nas relações humanas. Diferentemente de hoje, quando há um incessante intercâmbio de futilidades, naquela época se compartilhava verdadeiros valores, e o velho companheiro Antônio contribuiu enormemente para que eu colocasse em prática, hoje, tudo aquilo que consegui resgatar como algo edificante, resultado daquela feliz convivência.
   Não cabe aqui enumerar as qualidades que fizeram do velho companheiro Antônio um grande homem, mas eu não poderia me furtar a enaltecer sua grande marca, a solidariedade, que eu tive a felicidade de usufruir, nos velhos tempos da Rua Fonte da Saudade, onde eu aprendi a evoluir como pessoa humana e também como chaveiro.
   Nas portas da vida, não há como saber com que horizonte nos defrontaremos. Por isso, continuaremos aqui, fechando uma e abrindo outras, até ver o que acontece.
   Um breve adeus ao velho companheiro Antônio, que certamente abriu uma grande porta.
  

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