quinta-feira, 5 de março de 2015

Não ao golpismo

  Definitivamente a cultura política impregnada na consciência do povo brasileiro não permite que se faça a separação dos poderes constituídos, que, juntos, têm o desafio de conduzir as coisas do Brasil. 
   Talvez seja por isso que ao longo de toda a história política do país o chefe do executivo, ou seja, o presidente, é que carrega a culpa e os louros pelos momentos de tempestade e bonança que se alternam na realidade brasileira.
   Com tudo isso, não só o executivo, mas também o legislativo e o judiciário contribuíram para os principais fatos políticos que marcaram a nossa trajetória, independente de ter trazido angústia ou tormento, orgulho ou satisfação para a sociedade como um todo.
   Pelos registros de administrações anteriores, a presidenta Dilma Rousseff não é o único mandatário que carrega no dorso e na faixa presidencial a insatisfação pública com os rumos do Brasil.
   O que a sociedade precisa ter em mente é que o Brasil como um país democrático tem critérios e atribuições que abarcam os três poderes constituídos, cada um dentro de suas peculiaridades técnicas.
   No tocante às reformas que são necessárias ao Brasil, cabe aos legisladores, senadores e deputados federais, a tarefa de modificar os velhos códigos, todos eles dissonantes da atual vida social, política e econômica, o que implica amplas modificações nas regras eleitorais, trabalhistas, previdenciárias, tributárias, no Código Penal e na própria Constituição, todos repletos de letras mortas que só interrompem qualquer processo de modernização da nação.
   Portanto, a presidenta Dilma Rousseff não pode carregar sozinha esse fardo que pesa nas costas de todos os brasileiros também. A corrupção, historicamente inserida no tecido social, não pode ser tratada e resolvida como algo pertinente apenas aos recentes governos.
   Em todos os sistemas e regimes políticos, pelos quais o Brasil passou ninguém teve disposição e vontade política para criar mecanismos jurídicos e institucionais que erradicassem esses malfeitos que se confundem com a própria história política do Brasil.
   Não é de hoje que os governos de situação são sistematicamente bombardeados pela oposição, que com o apoio de outras correntes políticas, da imprensa e dos cidadãos teleguiados pela mídia impetuosa e voraz causa tumulto no processo político em andamento.
   Não consta em registros anteriores que a Polícia Federal tenha efetuado prisões em órgãos públicos para desbaratar quadrilha de servidores, empresários e personagens envolvidos em desvio de dinheiro público, como ocorreu na Petrobras, que apesar de toda a propaganda negativa e nefasta da imprensa, é a empresa mais importante do Brasil, a mais moderna do mundo em prospecção de petróleo, investindo fortemente em pesquisas para a criação de novas matrizes energéticas para o país.
   Apesar de toda insatisfação da opinião pública e da oposição, nos mesmos moldes do que ocorreu no processo do mensalão, a Operação Lava-Jato vai seguir os trâmites legais de responsabilização dos envolvidos, dentro das leis arcaicas em vigor no país.
   O que não pode é esse golpismo que estão desenhando para o Brasil.

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