terça-feira, 3 de março de 2015

A paz relativa

Colorados e gremistas misturados em setor do Beira-Rio
    Não deixa de ser animador a iniciativa do Grêmio e do Internacional, que no último domingo promoveram o clássico entre as duas equipes com torcida mista nas arquibancadas, como forma promover a paz entre os torcedores.
   Infelizmente isso é muito pouco para trazer resultados promissores que possam efetivamente erradicar a violência nos estádios de futebol.
   Na verdade, os dois principais clubes de Porto Alegre sempre interagiram para atrair um grande público em dias de jogo, mas é nítido que há interesses corporativos e midiáticos de ambos, com o objetivo de fortalecer suas finanças e manter seus status no cenário do futebol.
   A própria confusão que rolou do lado de fora do Beira-Rio revela com clareza o que precisa ser feito de fato para diminuir os números da violência entre torcidas rivais, no momento em que tanto os clubes quanto o público brigão descumprem sistematicamente o Estatuto do Torcedor.
   Enquanto não houver um mecanismo jurídico específico para essa questão as recentes prisões que foram efetuadas continuarão sendo um tiro n'água, pois todos os torcedores que foram presos até hoje, simplesmente foram enquadrados nas letras da justiça comum, que como todos sabem, oferecem brechas para que esse universo de trogloditas de livre de punição exemplar.
   Um exemplo é a reincidência de torcedores flagrados em outras confusões. Isso acaba gerando a velha impunidade que só fomenta mais e mais eventos de distúbios entre torcidas rivais.
   Em meio a essa paz relativa, o mais preocupante é que não há nem um ensaio de discussão a respeito do assunto, como se isso não fosse importante para uma nova realidade do futebol.

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