segunda-feira, 11 de maio de 2015

O espetáculo da mesmice



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 Começou o Campeonato Brasileiro, que ainda o classificam como o mais charmoso, o mais competitivo, o mais disputado etc e tal.
   Não há dúvidas de que o Brasileirão realmente preenche requisitos de uma disputa mais acirrada, na qual um número muito maior de times despontam como favoritos ao título, enquanto que nos principais torneios da Europa é possível contar até três, no máximo, as equipes que em cada campeonato poderão levantar a taça, mesmo nas praças com mais audiência, como Alemanha, Espanha, Itália e Inglaterra.
   Na verdade, esse é o único fator que coloca o Campeonato Brasileiro a frente das disputas lá fora, ou seja, o suspense até as últimas rodadas sobre a definição do vencedor. E isso vem conservando o Brasileirão, até hoje, como uma grande vitrine, onde em toda edição surgem algumas promessas, alvos da cobiça do mercado da bola.
  Se ao longo desses anos os grandes boleiros e os talentos emergentes contribuíram para o espetáculo do futebol brasileiro, o mesmo não se pode dizer  das outras figuras que estão envolvidas na tarefa de tornar o Campeonato Brasileiro excelente em outros fatores que fogem às quatro linhas.
  A própria profusão de craques do futebol brasileiro seria suficiente para estimular clubes, federações, dirigentes, patrocinadores e imprensa num esforço conjunto de renovação na filosofia implantada por aqui, ainda no tempo em que o nosso futebol era o melhor, de ponta.
   Como não houve nenhuma mudança nesse sentido, mais um Campeonato Brasileiro se inicia sob o estigma de velhos vícios, contradições e desacertos, apesar da iminência de grandes jogos e públicos que virão.
   Infelizmente, hoje, as transformações que o velho Brasileirão sofre é a mais nítida representação do fracasso do futebol praticado por estas bandas. O espetáculo dos dribles geniais, do gol antológico, da torcida holywoodiana vão continuar correndo por fora de técnicos com velhas e manjadas estratégias e dirigentes com visão ultrapassada.
   A não ser que nessa edição todos os envolvidos na arte de jogar bola revejam seus conceitos para o bem do futebol brasileiro.
  Pelo nível de aceitação que os torneios regionais e nacionais atingiram, a timidez da CBF e dos clubes em inaugurar novos tempos vai reforçando ainda mais as contradições e limitações de tudo aquilo que precisa ser mudado daqui para frente.
   O próprio Brasileirão serve de parâmetro para se avaliar o grau de evolução, porque a expectativa gira em torno da recuperação dos clubes, principalmente na questão financeira.
   Vamos aguardar os próximos capítulos. Quanto ao nível da peleja, a primeira rodada foi só um ensaio da mesmice.