segunda-feira, 11 de outubro de 2021

POR UM TÉCNICO ESTRANGEIRO NA SELEÇÃO BRASILEIRA

 
Foto: Gazeta Esportiva

     
Tem muito tempo que eu não falo sobre a seleção brasileira de futebol, mas ao longo desse período surgiram vários elementos que eu até precisava mesmo para endossar essa breve crítica.
    Independente do desempenho do time numa disputa, qualquer resultado que a seleção vem tendo mostra a inércia que o futebol brasileiro vem também mostrando para o mundo, porque é a seleção a referência, é a seleção que reúne, pelo menos em tese, os melhores, aqueles que se destacam e tal; é para a seleção brasileira que os olhos do mundo estão apontados.
    Há muito se fala sobre a evolução do futebol brasileiro em paralelo ao sucesso de vários jogadores que atravessam a fronteira do Brasil para brilhar em outras praças. O fato de o Brasil ser um celeiro de craques foi alimentando durante todo esse tempo o status do nosso futebol, a ponto de alimentar também o ego dos brasileiros, essa coisa de pátria de chuteira que fez a gente ficar no topo do ranking até geral aprender a jogar bola em todos os cantos do planeta.
     A primeira grande mudança no cenário do futebol mundial foi quando começaram a discutir e debater o futebol enquanto se difundia seus fundamentos em larga escala. É claro que vários personagens, autoridades, teóricos e demais formadores de opiniões aqui do Brasil acompanharam de perto as tendências que surgiam.
    Fica até chato suspeitar que houve algum erro de cálculo, falta de vontade ou uma interferência qualquer que tenha impedido o Brasil de acompanhar as transformações que rolaram, mas é certo que as cabeças pensantes do futebol brasileiro ficaram para trás na forma de conduzir, administrar e aprimorar nossas peladas.
    Não é culpa de nenhum jogador, pois a gente continua exportando o que temos de melhor. Mas o fato de sermos um celeiro de craques apenas fortalece o projeto alheio. Hoje, quando a gente vê o Tite comandando a seleção dá uma tristeza danada vê um desempenho tão pífio, mesmo quando ganha, até porque os adversários têm sido medíocres também. E pela performance dos outros treinadores brasileiros o Tite não está só nesse triste cenário que estamos prestes a mostrar na próxima Copa do Mundo.
    Eu não vejo um treinador brasileiro com uma revolução na cabeça, com uma inteligência a toda prova para fazer frente ao que já se pratica lá fora, tanto que nem contratam técnicos brasileiros no exterior. Os melhores times da Europa têm jogadores brasileiros em seu plantel, mas nenhum são treinados por brasileiros.  Aqui no Brasil mesmo treinadores estrangeiros já ocupam lugar em comissões técnicas. Se antes torciam o nariz para treinadores de fora, pelo menos na visão dos clubes isso mudou.
    Portanto, tá na hora de a CBF rever esse pragmatismo, essa visão tacanha e contratar o que há de melhor na praça, o que não é muito difícil, pois qualquer técnico desses aí top de linha largaria tudo para treinar nossos boleiros. Já andaram fazendo pesquisa um tempo atrás e a própria galera ventilou nomes, aprovando a ideia, eu apoio.
     Nesse ambiente que a gente habita, nessa atmosfera que a gente respira do futebol o Brasil está fadado a fazer figuração nas próximas disputas, digo isso com segurança, mas, claro, acreditando que pode haver uma reviravolta, mas com resultados a longo prazo, com planejamento que inclua, principalmente, mudança na filosofia de jogo, na gestão, na visão, que, com todo esse conservadorismo que ainda impera no futebol, mais precisamente na cabeça desses dirigentes de mente atrasada, vai empurrando o futebol brasileiro para o meio da tabela.
    Então é isso, eu sei que isso vai contrariar muita gente, isso é certo, e causar bastante polêmica, por remexer em nossa cultura futebolística, mas, a CBF tem prestígio e dinheiro para ter um técnico de ponta à frente da seleção brasileira.