sábado, 29 de agosto de 2020

UM OLHAR SOBRE AS INFLUÊNCIAS

 Seria mais interessante falar sobre a referência das pessoas, suas influências, num cenário positivo, das melhores expectativas possíveis, em que os efeitos da convivência humana descortinem o melhor dos horizontes.
  Mas como saltam aos olhos nos dias de hoje uma já conhecida diferença entre o que se fala e o que se faz, então nos ocupemos um pouco dessa separação do discurso da prática.  
  Não é que estejamos  inaugurando a era das más influências no seio da sociedade, pois já tivemos  momentos em que esse cenário ficava em segundo plano. Um tempo em que além da instituição família como referência contemporânea, as principais figuras públicas se sobressaíam justamente pelo exemplo de seus discursos em consonância com a vida prática. 
  Se o círculo familiar sempre foi a matriz de grandes projetos de vida e seus valores, personagens  de outros círculos e instituições também contribuíram como referência de conduta para a sociedade. Autoridades religiosas, agentes públicos, artistas, esportistas e demais figuras públicas, não faltam seguidores desse universo de gente de bom comportamento.
  É claro que muita gente se espelha na figura de pai, mãe,  avós, mas há também quem queira seguir o exemplo de outros personagens que transitam bem distante do ambiente familiar. Se vestir como o ídolo da tv; ser descolado como o craque do time de futebol; abraçar a causa de celebridades; adotar a fala e o discurso de personalidades religiosas, enfim, um sem número de gente ditando moda, regras e estilos de vida, passando para o público a força de sua aparição e jeito de viver.
  No entanto, o que se discute hoje é a forma como essas pessoas que num primeiro plano servem de exemplo, mas que destoam completamente desse status de que gozam perante o público, em casos conturbados de suas vidas pessoais que anulam todo o discurso e a mensagem que passam como ídolos.
  Crimes em família, casos de corrupção e outras práticas ilícitas de figuras públicas, que nesses tempos de velocidade em rede, além de repercutirem negativamente na imagem dessas celebridades, trazem reflexões sobre a influência de figuras públicas na vida das pessoas.
   Até que ponto se pode separar a agenda pública da vida privada? É possível ficar alheio à vida pessoal daqueles de quem se admira ou nos representa no cenário político? Como fica o olhar sobre aquela referência espiritual que tanto conforta como decepciona? Enfim, como fazer a defesa e manter o mesmo vínculo com quem já não desfruta do status de outrora? 
  São perguntas que surgem em meio a esse cenário, são questionamentos que independente do tempo de respostas já estimulam uma revisão na forma como lidamos e nos amparamos em quem nos representam, em quem apostamos nossas fichas. 
  Se ao longo dos tempos houve alguma mudança nos critérios de escolha, que os maiores valores permaneçam intactos em todo esse processo. Afinal de contas, nós temos nossas referências para alavancar nossas vidas, mas também servimos de referência para alguém em nossas vidas.
  

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

IMORALIDADE

   Isso não tem nada a ver com religião e política. Ninguém aprende a ser vagabundo, marginal, hipócrita, ladrão e mentiroso sob o manto de denominação religiosa ou por interferência ideológica. O que dita o comportamento e a estrada que alguém vai trilhar é a sua formação no seio familiar. É essa influência que define o seu caráter e tudo que ao redor disso forma e cria uma identidade. Religião e politica pra esses delinquentes são redomas, por onde se protegem de eventuais julgamentos. Alguém acredita que o foro privilegiado e a imunidade parlamentar serão extintos? Esses marginais usam capas de templos, igrejas e afins pra parecerem super-herois; usam espadas de partidos políticos pra fingir que têm poder. A Igreja e a Política são uma extensão desse simulacro que é a própria sociedade. É nesses ambientes que o sujeito se refugia pra fingir que é do bem, usando, principalmente, a instituição família como referência de sua aparente e simulada boa imagem. Nesses lugares o ladrão, o estuprador, o traficante, o agressor de mulheres, o racista, todos ganham uma nova roupagem e escapam do peso da justiça. Longe de mim generalizar fatos e pessoas de instituições religiosas e políticas, porque meus amigos de esquerda, de direita, crentes, católicos, macumbeiros, flamenguistas e vascaínos, por eles me alinho por seu caráter. Enfim, que fiquemos atentos a essa gente que ensina os filhos a roubar e matar e depois vem pedir sua confiança e seu voto.