terça-feira, 20 de agosto de 2019

Comemorar o quê?


 É normal qualquer clima festivo da população toda vez que há um desfecho positivo em ações das forças de segurança em momentos de agonia e apreensão que já fazem parte da rotina do estado do Rio de Janeiro.
   Todo esse calor que tomou conta das pessoas pelas redes sociais durante o sequestro do ônibus na Ponte Rio-Niterói dá bem o tom de como a sociedade está envolvida e atenta para qualquer medida que possa trazer sossego para toda a população.
   Se a população comemorou com fervor o desfecho positivo da ação policial é porque ela deseja e espera um estado sempre eficiente na defesa da população que vem sofrendo em sua rotina diária com a timidez de políticas de segurança que remontam de gestões anteriores.
   Agora, está muito cedo para o governador comemorar qualquer resultado positivo em começo de gestão. A população pode, sim, festejar, porque não é sempre que ela sai ilesa de confronto do aparelho policial com quem atenta contra a paz do cidadão.
   Apesar de louvável a presença de Wilson Witzel num momento de aflição ali no local do incidente, a comemoração é completamente inoportuna, sendo que os desafios do governador estão só começando. Até porque, este incidente na Ponte é o primeiro de grande repercussão em que não houve revés para a população, e por si só demonstra claramente para a cúpula de segurança a necessidade de ser sempre eficiente em suas incursões toda vez que a paz da população for posta à prova.
   Seja em incursões em comunidades, no deslocamento diário pelas ruas da cidade ou em qualquer outro ambiente em que a população se faz presente, há sempre momentos de tensão em que a população corre riscos e o poder público tem a responsabilidade de garantir a segurança dos cidadãos sem prejuízos para quem quer que seja.
   De qualquer forma, é mais um caso que torna ainda mais abrangente a política de segurança do estado, além de trazer reflexões sobre a questão da segurança pública em áreas de mobilidade urbana, hospitais, escolas, enfim, em toda a agenda da população fluminense, obrigando o governador Wilson Witzel a corresponder a confiança depositada nas urnas.
    Mas sem comemoração por parte do governador, por enquanto; apenas destacando a eficiência da equipe de segurança.