quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

VAMOS COMEMORAR, SIM!


  Já no meio do ano tinha gente, inclusive eu, fazendo um balanço negativo de 2021, baseado na agitação do que foi esse ano com efeito a agonia da população em meio à continuação da pandemia, paralelo às outras crises, política e econômica balançando o coreto de norte à sul do país.
     Não faltou gente falando que não havia nada pra comemorar ao final de mais um período turbulento. Eu mesmo assinei embaixo quando começaram a ventilar os preparativos para o fim do ano e a tradicional queima de fogos. Depois de tudo que a gente passou, que sentido teria extravasar nossa euforia?
    Tanto no ano que termina quanto nesse que vai chegar, 2022, que elemento, que motivação teríamos para explodir de alegria junto com aquele espetáculo de luzes anunciando a virada do ano?
    Mas, faltava mesmo chegar bem perto do final do ano pra fazer outras considerações do que foi 2021 na vida de cada um que vai romper a fronteira de um outro ano. Se no plano coletivo há um conjunto de incertezas e vários projetos voltados para o Brasil todo que ficaram pra depois, individualmente ficou um orgulho pela resistência, pela capacidade que cada um demonstrou de suportar o peso que a gente carregou este ano.
    Junto e misturado ao fardo que todo mundo teve de carregar em família, trabalho e vida social, foi embrulhado também a tristeza por alguém que ficou no meio do caminho, o emprego que não veio, a escassez em casa, a saúde debilitada de alguém próximo, a penúria de outros também chegados, enfim, não teve quem não tivesse de contabilizar um revés qualquer nas redondezas.
    Portanto, eu mudei de ideia que a gente não poderia comemorar nada. Eu e muita gente reconsideramos o pessimismo de não querer saber de festejar; voltamos atrás no desejo de cada um ficar no seu canto lamentando um tempo de incerteza que ainda vai estar na folhinha do ano que vem. Repensamos esse negócio de coroar um grande esforço que fizemos com tristeza só porque muitas coisas não saíram do jeito que a gente queria.
    Por um instante qualquer a gente esquece os dramas, as angústias e lembra das sementes que a gente plantou também, pensando positivamente sem parar em tudo que iria acontecer lá na frente, e o tempo que cada um empregou para projetar coisas boas; o quanto nos concentramos para lançar energia positiva pras pessoas e para nossos propósitos.
     Isso certamente causa um efeito positivo ali adiante, que é justamente o ano que vai chegar, 2022, que pode até ser tão ou mais inquietante que este agora, mas todo mundo que sobreviveu vai estar calejado e claro, agradecendo, louvando a graça de ter chegado até aqui, porque todo mundo foi recompensado pela agonia, pela aflição, pela lágrima que cada um verteu.
    Não há estímulo maior que ter a oportunidade de prosseguir adiante e sempre nessa caminhada. Vamos que vamos.
    Feliz Ano Novo!