Mesmo nos anos anteriores de pandemia, apreensão e pouca expectativa a gente já comemorava, imagine este ano em que diminuiu drasticamente aquela preocupação de contágio, aquela loucura toda que ninguém esquece.
Foi um ano de muito trabalho, praticamente todo mundo retomou suas vidas, uns começando do zero; outros, que nem lembram onde tinha parado, enfim, a agenda voltando à normalidade, com muita cautela, claro, que ninguém está de bobeira mais, salvo algumas exceções, mas muita gente aprendeu a ficar mais ligado nas coisas.
E foi justamente esse cenário que se desenhou na mente das pessoas. Eu bem vi isso em conversas, em postagens, uma concentração maior às questões pessoais, de fórum íntimo.
Em meio a essa confusão de conciliar tarefas e projetos, elementos inerentes ao mundo interior de cada um ganham finalmente relevância e prioridade. A verdade é que muita gente ficou tão envolvida em cumprir metas e ocupar mais espaço que não sobrou tempo para si mesmo.
Durante a pandemia as pessoas se ocupavam de alguma atividade para espairecer a mente e diminuir a aflição daquela loucura, que pode até ter deixado sequelas em muita gente que agora vai precisar dar uma repaginada antes de cair no mundo novamente.
Hoje, mais do que mostrar resultados promissores, de fama, engajamento, visibilidade, dinheiro, essas coisas, existe questões de saúde, emocionais e de espiritualidade, sobre as quais as pessoas estão investindo mais porque descobriram que isso impactam positivamente em suas vidas, já que interferem diretamente nos projetos de toda ordem.
Não tem como prescindir de autocontrole, equilíbrio emocional e segurança em seu mais alto grau para atingir objetivos, realizar os maiores sonhos e se consagrar de fato.
Se isso vai implicar uma ligeira mudança de hábito, os resultados vão mostrar que valeu o sacrifício de focar numa coisa de cada vez para buscar os resultados que se esperam.
Enfim, uma revolução necessária na vida de muita gente que a essa altura certamente já deve estar até experimentando uma nova sensação de se desligar um pouco de redes sociais, televisão e tudo que possa desviar o foco de questões importantes que vão precisar de recolhimento num espaço de tempo conveniente à agenda social de cada um.
Como um refúgio, é só uma questão de organização para surgir um outro tempo precioso em nossas vidas.
Foto: Observador