quinta-feira, 11 de julho de 2024

POR ONDE ANDA O FUTEBOL-ARTE?

    


   O futebol brasileiro está numa fase tão ruim que não dá pra ficar fazendo rodeio, como sempre vem sendo feito principalmente pela mídia em geral, que é sempre cautelosa por causa de interesses entre as partes envolvidas.
    Mas eu e uma pá de gente que não tem nenhum trato firmado com boleiros, cartola nem com patrocinadores, a gente pode com toda liberdade descer o sarrafo nessa atual geração que vem jogando um futebol bem muquirana, sem deixar mostras de que pode evoluir depois de um tempo de pantomina, que a gente nem sabe até quando vai durar.
     Foi-se o tempo em que eram críticas veladas apenas sobre a gestão do futebol, a maneira como essa gente administra a maior paixão do brasileiro, o calendário sufocante, a arbitragem deficiente, gramados ruins, essas coisas.
     Mas, quando a bola rolava os olhos do público brilhavam pelo espetáculo que desviava a atenção de toda as aberrações fora das quatro linhas. Agora, há uma incidência maior de bola batendo na canela e saindo pela lateral, porque o cara não sabe dominar a bola. O outro tem baixo índice de pontaria para o gol, pois só chuta com uma perna, facilitando até a vida do marcador, entre outras deficiências que num processo rigoroso de triagem já bane o cara pra sempre do futebol, vai vendo.
    E o sujeito é bem ciente de suas limitações, mas não é capaz de ficar depois do treino ensaiando e aprimorando pra melhorar o nível, como faziam os boleiros de outrora. Mas, mesmo assim paga pra produzirem aquele vídeo bonitinho cheio de jogadas de efeito e vender seu pseudo-talento lá fora.
    São essas figuras que a gente vê surgirem do nada na seleção, por intermédio sei lá de quem, nesses critérios de seleção que tá difícil de entender. Até onde eu entendia a lógica natural da escalação da seleção, eram os melhores de fato que vestiam a amarelinha. Parece que agora mudaram o critério de escolha, sei lá, deve ter outros fatores envolvidos no processo, que a entidade não divulgou ainda.
    Mesmo nas Copas em que o Brasil não ganhou nada, aquela formação era a melhor daquele momento. Hoje, é possível ver aqui no Brasileirão jogadores num nível bem melhor que algumas figurinhas que atuam no exterior. Fica aí a seleção pagando esse mico na Copa América sem necessidade, principalmente pra nós, saudosos de áureos tempos.
   O estrelismo dos melhores jogadores sempre foi uma coisa natural, mas com base em suas performances dentro de campo. Os bad-boys e os comportadinhos tinham o mesmo nível de audiência no meio da galera, porque batiam um bolão de fato.
    Agora, tem uma molecada por aí mimizenta demais, ganhando uma fortuna com baixo rendimento, quando não voltam depois uma temporada, por deficiência técnica, ficam naqueles timecos de quinta na Europa e nas Arábias, o novo eldorado dos fins de carreira e dos pernas de paus, dando a acreditar que o futebol-arte foi pra escanteio.