quarta-feira, 7 de maio de 2025

A EVOLUÇÃO ARTIFICIAL


     As pessoas acompanham essas inovações pelo mundo e até vê avanços de fato, mas é também discutível que haja evolução toda vez que surge mais uma ferramenta que ponha o homem à frente de seu tempo.
    A gente até reconhece o quanto vai melhorando a vida das pessoas em vários aspectos. Muitos dos mais novos nem sabem o quanto eram difíceis as coisas. Não havia essas soluções imediatas de agora, em que se estala um dedo ou numa voz de comando e se tem algo nas mãos, sem problemas maiores.
    Desde a origem do homem nesse mundo em constantes transformações as tecnologias sempre tornaram a vida mais viável, mais funcional, apesar de não acessíveis a todos e estarem ao longo dos tempos ligadas ao poder.
      Sempre foi assim com as armas, as máquinas e os meios de comunicação, só para ficar no que são mais influentes na vida humana. Basta ver as guerras e outros conflitos ao redor do mundo com esses três elementos tudo junto e misturado.
    O que faltava para tornar o mundo mais coeso e interligado a internet conseguiu num curto espaço de tempo. O mundo agora é tipo um churrasco na laje, uma resenha de bar, uma pelada valendo uma caixa de cerveja ou um almoço em família.
    Se isso acirrou ainda mais o velho problema de relacionamento que já havia desde o homem da caverna, dificilmente alguma inovação vai amenizar essas tretas, que de uma certa forma transita entre o individual e o coletivo, gerando o velho conflito de interesse.
    Essa é a principal questão da natureza humana que nenhuma tecnologia vai resolver, mesmo com todo esse aparato de informação e narrativas de que nossos problemas enfim serão resolvidos.
    É essa propaganda que vem incutindo a mente das pessoas pelo advento da tal inteligência artificial que parece estar remexendo conceitos e princípios do que pode ou não ser viável na realidade humana em tempo hábil e com satisfação garantida.
    Só que não. Na parte em que se procura soluções para questões do cotidiano, questões de ordem prática, tarefas, metas, trabalho, enfim, qualquer coisa que demande excelência, beleza, tudo resolvido, mas e as outras questões que envolvem tomadas de decisões perante dúvidas, expectativas, coisas que dependem de uma análise mais crítica de acordo com a linha de pensamento de cada um?
    É muito pouco provável que a inteligência artificial reproduza fielmente a visão que cada um tem de seus próprios dramas, conflitos e demais interesses, caso ela tenha que explanar considerações a respeito e apontar alguma direção, no momento em que já há um universo de pessoas recorrendo ao que parece ser também uma conselheira de última hora, olha só.
     Sobre a capacidade que o homem tem de se adaptar ao meio, seguindo as falas de Darwin, eu acho até que com o tempo o cérebro humano diminua. É claro que isso não está registrado nos estudos do naturalista, mas está dentro do processo.
    Se ao longo de toda a existência o indivíduo ainda não conseguiu usar toda capacidade que a mente tem de produzir, não será agora que o indivíduo imagina que algo fora da caixinha pode pensar por ele, ainda que de forma relativa.
   Não demora muito a inteligência artificial estará reivindicando para si o “Penso, logo existo”. Vai vendo, Descartes.

                                                                Imagem: Forbes