terça-feira, 19 de novembro de 2024

A MESMA INCERTEZA DE SEMPRE



  Toda vez que essa gente se reúne para fazer acordo, traçar planos e diretrizes visando novas forma de governança, há sempre uma expectativa de algo que possa efetivamente promover mudanças no mundo, diante de tantas necessidades, mas sem garantia alguma de que haverá, de fato, grandes transformações.
    O próprio documento que eles assinam ao final do encontro deixa bem claro o caráter facultativo das intenções de cada um em botar em prática os itens propostos no acordo.
    Seja na área econômica ou na questão ambiental, a boa vontade de cada nação esbarra em seus próprios interesses. Basta olhar desde os primórdios desses encontros, fóruns econômicos e debates sobre meio ambiente, em que níveis estão as metas que cada um se comprometeu atingir dentro do prazo estabelecido.
    É prematuro dizer que o G20 terá o mesmo desfecho, ou seja, a mesma incerteza de encontros anteriores. Até porque, é animador saber que o debate sobre a fome, uma mazela que assola milhões de pessoas no mundo, ganha essa dimensão toda, mas é preciso distinguir como o tema é tratado em nível global até hoje, já que é a FAO que cuida do assunto e tem lá suas dificuldades pertinentes a cada região que o órgão assiste; e o tratamento que cada nação vai dispensar à questão da fome dentro da agenda interna de cada país.
    Com base na própria realidade brasileira, a fome vem atrelada a outras questões como déficit habitacional, falta de saneamento básico, coleta de lixo e a violência que realça ainda mais o cenário dessas regiões com miséria em larga escala.
    É dentro desse cenário que o governo brasileiro, os estados e os municípios devem sempre adotar políticas para diminuir os números dessa mazela, como bem sugere o documento do encontro, não seria diferente.
    No mais, o G20 discorreu sobre as velhas propostas para mudanças climáticas, tema recorrente, e uma eventual mudança na governança global, ou seja, outro item complexo, que certamente vai gerar interpretações de toda ordem entre os participantes, o que mais uma vez põe em xeque o sucesso de mais um encontro.
    O certo seria a gente estar falando sobre esses eventos com perspectivas bem positivas com relação ao futuro, mas ainda não há indícios dessa possibilidade.


quarta-feira, 13 de novembro de 2024

NO LIMITE, NA MEDIDA

 

 Toda vez que a gente altera nossa agenda, acrescentando ou eliminando hábitos, é uma mudança de rumo também, porque desenha um novo caminho, uma trilha diferente daquela percorrida todos os dias, já quase parecendo até um modelo ideal a ser seguido para todo o sempre.
    Só que não. A monotonia é um sinal de que tudo já não anda mais naquele compasso que indicava o progresso, a evolução de tudo que pertence a nós, o sonho que vai se materializar, os projetos que tomam forma, o sopro que transforma a realidade também.
    Há sempre um gancho, um gatilho como se diz hoje, fechando um ciclo e, claro, abrindo outra porta com outros desafios à frente. São outras oportunidades que surgem, outras pessoas que aparecem ao nosso redor, outros amores e amigos, além de critérios diferentes para chegar à conclusões diversas.
   O melhor de tudo é a noção de que tudo tem uma medida certa para cada circunstância, e mais gratificante quando se faz essa descoberta.
    Não é sobre a dimensão das conquistas, isso é outra coisa. É sobre a energia que se usa para atingir objetivos. Há um meio termo, um equilíbrio entre a escassez e o desperdício de energia nos pequenos e maiores projetos.
    Agora mesmo, frequentando a academia, mais como aprimoramento que estética, a gente trabalha constantemente com nossos limites, o limite de nossos esforços, a proporção com que usamos nossas forças. No intervalo entre um exercício e outro a gente vai fazendo essa viagem louca cheia de descobertas pelo caminho.
     Com a experiência que já temos de outros quadrantes, não é difícil transportar a faculdade de empregar nossos limites às outras várias áreas de atuação, a todos os outros ambientes de convivência humana.
    E com isso, os sentimentos, as emoções dentro dos limites que cada ocasião exige. O sucesso de cada conquista, de cada vitória, de cada esforço e comprometimento depende exclusivamente da forma, ou melhor, da proporção com que se emprega as emoções.
    Há um fluxo diferente e específico de emoção para cada empreitada. A forma como gesticulamos, falamos, choramos, rimos. Um tom de voz, um olhar diferenciado pode estragar ou coroar um desejo qualquer por alguma coisa ou alguém. As paixões, as tragédias e quaisquer outras variantes das relações humanas, todos são resultados da medida certa ou errada de como nos expressamos.
   Leva tempo para criar esse discernimento e adquirir essa sabedoria. Mas, vamos que vamos. A gente vai aprendendo na prática, dosando um pouco mais, um pouco menos o que parece ser ideal para o que pretendemos na vida.