terça-feira, 17 de maio de 2011

Código de honra

    Eu fiquei esse tempo todo esperando o desdobramento do caso do Código Florestal, achando que aquela demora toda fosse estratégia de ambas as partes da discussão, cada um puxando brasa para sua sardinha, mas eis que no fim das contas o desenrolar do borburinho foi mais trágico do que a insatisfação de quem saísse vencido da contenda.
     O que parecia uma questão importante para o Brasil, que não pode ser resolvida de uma hora para outra, acabou se revelando um frustrante sinal de que estamos longe de evoluírmos, enquanto um problema que afeta a vida de todos os brasileiros for relegado ao segundo plano, no momento em que interesses corporativos se sobrepõe à coletividade.
     As derrapadas e contradições de Aldo Rebelo como relator do projeto não chega a surpreender a opinião pública, lembrando que outros políticos já se desviaram de sua trajetória de luta política.
     O próprio desencontro e a falta de harmonia entre o líder do governo no Congresso, Cândido Vacarezza, e o líder do PT, Paulo Teixeira, também revelaram àquela altura, que o governo não precisa de oposição para ter seus projetos malogrados.
     Ao mesmo tempo em que o governo queima seu próprio filme, as divergências que se seguiram para adequar o texto às cirscunstâncias atuais indicam que ainda não dá para enxergar o mínimo de preocupação com interesse coletivo, de soberania nacional, com vistas à sustentabilidade  em todos os biomas, juntamente com os recursos naturais do território do Brasil.
     Pela indefinição do texto do Código fica bem mais fácil compreender porque convivemos com práticas que não condizem com a atual realidade brasileira, de crescimente sustentável.
     A adequação do atual Código Florestal seria o primeiro passo para minimizar as constantes degradações ambientais que se verificam nas principais áreas de atividade humana, como agricultura, pecuária e mineração.
     Nesses dias em que o Congresso mostrou sua velha inoperância em assunto de interesse nacional, a sociedade ficou atenta, na expectativa de ver o Brasil dando um salto de qualidade, num assunto que envolve todos.
     Mesmo sem saber quando os parlamentares voltarão à discussão sobre o Código Florestal seria fundamental que o novo texto não trouxesse os erros e vícios do passados. A sociedade brasileira espera que o novo Código dê prosseguimento às ações já ajuizadas, impedindo manobras que as neutralizem.
     Pela prerrogativa de representatividade do Poder Legislativo, os parlamentares têm um código de honra com o Brasil, para resgatar essa dívida que não pode ser levada às outras gerações. Se temos a oportunidade de corrigir as distorções do passado, por que retroceder agora?
     O país funciona muito melhor sendo viável para todo mundo  
        

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