Eu sempre acreditei que essas obras de intervenções urbanas tivessem o intuito de acrescentar para a cidade do Rio de Janeiro todos os elementos que fizessem de nossa cidade aquela metrópole que o mundo todo conhece, como sendo um lugar aprazível, não só para os visitantes como também, e principalmente, para todos aqueles que vivem por aqui e sofrem no seu dia a dia, no seu cotidiano, a efervescência de uma cidade que ainda não chegou ao seu apogeu.
Essa tragédia na ciclovia de São Conrado não é o primeiro evento que demonstra a pouca eficiência do poder público, no caso, a prefeitura, em alavancar o nome da cidade maravilhosa no cenário de grandes destinos para quem passa por aqui. Já houve outros sinistros que mostram para a própria população do Rio de Janeiro o quanto a municipalidade vacila nesses projetos de propaganda enganosa.
Na verdade, já não adianta mais ficar discorrendo sobre o sofrimento e a angústia da população toda vez que uma tragédia para e mobiliza a cidade, sem que haja uma resposta que demonstre a preocupação de quem deveria trazer bem-estar e segurança para os cidadãos em sua hora de lazer e deslocamento.
O que importa agora é apurar as responsabilidades, investigar as causas do acidente e punir exemplarmente todos aqueles envolvidos na construção da ciclovia, que numa análise preliminar feita por especialistas consultados aponta falha na concepção do projeto. Isso é o suficiente para que alguém seja penalizado, porque há um culpado de fato.
O prefeito Eduardo Paes tem o dever de se pronunciar sobre essa tragédia, considerando seu esforço em aprontar a nossa cidade para as Olimpíadas. É lamentável que nenhuma autoridade envolvida diretamente no projeto da ciclovia tenha se deslocado para o local da tragédia para dar assistência e satisfação à população.
Que o cartão-postal da cidade maravilhosa está arranhado há muito tempo, todos já sabem. E a única forma de reparar mais um dano causado à população é punir todos os responsáveis por mais uma tragédia que abala o Rio de Janeiro.
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