Em todo final de ano são feitos balanços, retrospectiva, cálculos e relembranças de mais um período que se finda. Não seria diferente que em 2017 tivéssemos mais prejuízos a contabilizar do que alguma coisa que possa ter nos feito sorrir de forma solene.
Não sejamos pessimistas quanto ao ano que vem, mas realistas quando lembrarmos que 2018 terá a mesma face de 2017, considerando que o processo de recuperação ocorrerá no ano seguinte, dando a este período o peso de muito que sofremos até agora.
É claro que são análises do plano coletivo, porque foi do cenário político que vieram os maiores momentos de angústia para a população como um todo, e a corrupção como a questão mais falada e discutida em todas as esferas de governo.
Se em outras ocasiões o ano que se iniciava inaugurava novos tempos, certamente 2018 não terá esse estigma de novo horizonte, pois, ainda viveremos os efeitos de todos os contratempos e atropelos desse ano caótico que se finda.
Como manda a tradição, encerramos esse calendário retirando a última folhinha como viramos as páginas de nossas vidas. Mas por tudo que ficou para trás, mal resolvido, sem uma definição sobre novos tempos e tal, 2018 já surge como uma extensão do ano anterior, como continuação desse período turbulento.
Não houve elementos e soluções que sinalizassem esse próximo ano como tempos de glória, de conquistas, o que demonstra que vamos penar com a praga da corrupção e seus desdobramentos na gestão da coisa pública.
Nem as eleições que ocorrerão em 2018 serão uma garantia de outros ventos a soprar em nosso favor, pois, as mesma figuras de sempre surgirão com as mesmas promessas e discursos, sem, contudo, apresentar soluções que impliquem verdadeiras mudanças na realidade das pessoas, dos cidadãos, da sociedade.
Portanto, o ineditismo do ano que se aproxima se restringe apenas ao novo numeral, sem que isso represente de fato um novo ciclo no atual cenário. Após os fogos, as comemorações, apenas a sensação de bateria recarregada para retomar o rumo que pretendemos, o objetivo que almejamos alcançar, as metas que desejamos cumprir.
Ao primeiro amanhecer de 2018, as mesmas incertezas da noite anterior, apenas uma pausa para respirar e começar de novo. É como se 2017 não tivesse terminado, apenas se prolongou, tomou uma dimensão maior para que se criasse uma nova perspectiva.
Então, esse réveillon não celebra uma mudança de fase, de ciclo ou de uma nova era, já que não viraremos o calendário com saldo positivo. As trombetas, os rojões e o tilintar das taças em nenhum momento anunciam novos tempos para a agenda brasileira.
Que em 2018 haja mais e outros barulhos para reverter esse quadro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário