Em uma de minhas passagens pelo túnel Santa Bárbara eu vi um rapaz atravessando uma das galerias de bicicleta e com aquela caixa às costas usadas para entregas, numa travessia proibida e bem arriscada pelo longo trajeto até a saída do outro lado.
Antes mesmo de concluir o trajeto da galeria eu logo imputei a culpa à prefeitura, que a essa altura já deveria ter construído uma ciclovia naquela e em outras travessias pela cidade, lembrando que as ciclofaixas espalhadas pela cidade têm mais o caráter de lazer que o compromisso de viabilizar mais alternativas de mobilidade urbana numa cidade cheia de desafio como é o Rio de Janeiro.
Agora, tanto a COP30, em Belém, quanto os outros encontros anteriores de pauta ambiental têm discutido a questão em escala global, com o documento final cheio de incertezas quanto ao futuro do planeta, e agora mais ainda bem divididos sobre se vão ou não ficar explorando petróleo, carvão, como forma de gerar combustível, energia, essas coisas.
Mas paralelo aos compromissos acertados nesses eventos, certamente muitas cidades já saíram na frente e implementaram práticas ligadas diretamente à questão ambiental, num conjunto de ações pertinentes à realidade, cultura e geografia de cada região. É uma agenda isolada dos protocolos produzidos nos fóruns, mas que faz parte da mesma tendência de tornar mais moderna, funcional e sustentável a vida de uma grande metrópole.
Já foi sugerido em várias reuniões que cabe às prefeituras a iniciativa das ações ligadas à causa ambiental, independente dos acordos dos encontros.
Aqui no Rio, a gente anda pela cidade e vê cada vez mais as pessoas usando bicicletas de todos os formatos em seus deslocamentos sem nenhum ordenamento que atenda a essa nova tendência. Já deveria ter faixas exclusivas nas principais vias da cidades para atender um grande público que faz uso do meio para trabalhar, não para apenas respirar o ar da rua.
Além do mais o Rio de Janeiro ainda peca muito em outros quesitos. Além dos modais de transporte bem precários, o carioca ainda convive com lixo pelas ruas e esgoto a céu aberto em várias regiões. Quando chove forte por aqui, a cidade praticamente para. Ou seja, quem vive por aqui vê que o Rio de Janeiro ainda não se enquadra nas condições de uma cidade moderna em todos os sentidos.
De todas as intervenções urbanas que a prefeitura executa, nenhuma muda o cenário de abandono que a população sofre e acompanha todos o dias.
É importante fazer esse relato em paralelo ao que está sendo acertado na COP30 para escancarar a realidade de muitas cidades que não fazem o dever de casa.
E o Rio de Janeiro não é diferente.

Muitos são os descasos!!
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