Se por um acaso Nelson Pereira dos Santos não tiver deixado seguidores nesse nobre ofício de fazer cinema, certamente a sétima arte no Brasil ficará mais pobre do que já está.
No velório do cineasta estiveram presentes outras referências do cinema brasileiro que conviveram e aprenderam com Nelson Pereira dos Santos como fazer cinema com mais engajamento, mais comprometimento que qualquer manifestação cultural deve ter.
O Cinema Novo nasceu da Semana de Arte Moderna de 1922, o mais importante movimento cultural brasileiro, que pregava o desapego total e irrestrito à cultura europeia, reivindicando, a partir de então, a introdução de elementos da nossa cultura em produções de qualquer vertente artística no país.
E Nelson Pereira dos Santos entendeu bem o recado dos líderes do manifesto de 22, dando ao cinema brasileiro a mesma estética que embasou as artes plásticas, a música e a literatura no Brasil.
Seguindo a linha de que a arte traz em si uma mensagem, Nelson Pereira dos Santos implementou o projeto de politização do cinema com produções de conteúdo crítico. Abordando temas importantes da realidade brasileira, retratou com realismo questões sociais, religiosidade, cultura de massa e indígena.
Seguindo a linha de que a arte traz em si uma mensagem, Nelson Pereira dos Santos implementou o projeto de politização do cinema com produções de conteúdo crítico. Abordando temas importantes da realidade brasileira, retratou com realismo questões sociais, religiosidade, cultura de massa e indígena.
É nesse sentido que Nelson Pereira dos Santos deixou como herança a proposta de denúncia de questões inerentes ao Brasil e a seu povo, o protesto de causas sociais importantes, como ficou explícito em seu "Vidas Secas", o que, não só confirmou a identidade brasileira estampada nas películas como também projetou o cinema brasileiro no cenário internacional.
Seu primeiro trabalho, Rio 40 graus, de 1955, foi considerado o marco inicial do Cinema Novo. Depois disso, todos os filmes do cineasta se destacaram para os críticos, em especial, além de "Vidas Secas", "O amuleto de Ogum" e "Memórias do Cárcere".
Seu primeiro trabalho, Rio 40 graus, de 1955, foi considerado o marco inicial do Cinema Novo. Depois disso, todos os filmes do cineasta se destacaram para os críticos, em especial, além de "Vidas Secas", "O amuleto de Ogum" e "Memórias do Cárcere".
Assim o cineasta contribuiu enormemente para que tivéssemos essa excelência aos olhos de outras praças de importantes produções cinematográficas.
Espera-se agora que surjam outras gerações com o mesmo engajamento de Nelson Pereira dos Santos. Não faltam materiais e trabalhos como referência à futuras produções com a estampa do cineasta.
São obras que certamente servirão de referência a quem pretenda dar continuidade ao grande projeto de Nelson Pereira dos Santos de fazer do cinema brasileiro o que a arte como um todo deve ser: comprometida com as coisa do Brasil e sua gente.
O Cinema Nacional precisa reviver esse boom, resgatar essa estética, voltar a reproduzir a essência da realidade brasileira. Há que surgir alguém que incorpore no circuito o espírito de Nelson Pereira dos Santos.
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