quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Rio de Janeiro

     Existe uma velha concepção de que os problemas enfrentados pela população fluminense são de difícil solução, pelas peculiaridades de cada região do estado, o que acaba configurando a complexidade que se verifica quando se implementam projetos na área de saúde, educação, segurança, habitação, transporte e meio-ambiente.
     Mas, pelos parcos resultados obtidos ao longo de décadas de crescimento econômico e populacional faz-se necessário um novo modelo na forma de conduzir os principais projetos para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro como um todo. Até agora as políticas implementadas pelo governo de estado são meramente circunstanciais, sem nenhuma visão de futuro, ou de sustentabilidade, como queiram.
     De uns tempos para cá, convencionou-se achar que esses projetos em torno de eventos esportivos como Copa do Mundo e Olimpíadas vão deixar algum legado para a população, lembrando que o Pan 2007 não trouxe melhoria alguma, como apregoavam, na época, o então prefeito e o governador.
     Agora estamos novamente respirando essa perspectiva de mudança pós-Copa e Jogos Olímpicos, acreditando, passando mais um recibo em branco para o poder público, sem a garantia de retorno satisfatório, enquanto o governo de estado adota medida pouco agressiva, se formos considerar a urgência para o Rio e Região Metropolitana em outras áreas do cotidiano da população
     O governador Sérgio Cabral resolveu isentar de ICMS as empresas que produzirem equipamentos geradores de energia eólica e solar. Ora, são fontes de energia limpas, muito bem, mas que precisam de viabilidade técnica; a eólica, pela complexidade da geografia do território fluminense; e a solar, pela falta de estrutura para confecção das placas de silício e germânio, matérias-primas das placas que captam e armazenam a energia do sol.
    O transporte público talvez seja a grande deficiência atualmente, já que atormenta todas as classes sociais no seu deslocamento casa-trabalho-casa. Se ônibus, trens, barcas e metrô, todas juntas, atendem à demanda da população, tudo bem, mas não com o grau de excelência que o usuário merece. Tanto o cidadão que viaja da Zona-Norte, ao que se desloca da Zona-Oeste ou Baixada para o Centro e Zona-Sul, todos sentem na pele as agruras de um transporte público extremamente precário.
      Por isso, seria interessante e oportuno que Sérgio Cabral contemplasse também as empresas que se instalassem na Baixada Fluminense e Zona-Oeste, criando emprego para a população local, como forma de fixar os habitantes no seu local de origem. Com isso, diminuiria o número de carros nas ruas e ficaria muito mais fácil incentivar e promover o transporte público com trajetos mais curtos, desafogando a Avenida Brasil, a Via-Dutra, a Linha Amarela, a Linha Vermelha, só para citar as principais vias de acesso que são verdadeiras Via-Crusis nesse tormento diário do cidadão que também paga imposto quando compra a sua passsagem.
     Hoje, não só o governo estadual, como também a municipalidade, alardeia aos quatro cantos os seus canteiros de obra, se esquecendo de acrescentar naqueles projetos o bem-estar da população. Quando tudo fica pronto, descobre-se que o sofrimento estava escondido atrás dos tapumes. Nesse sentido, nada se desenvolve no Estado do Rio de Janeiro, e os problemas se perpetuam, de geração a geração, de uma gestão à outra.
     Existe um projeto de grande magnitude no Estado do Rio, que podemos dizer com toda segurança, representa o grande mote para o desenvolvimento do Rio de Janeiro. O Programa de Despoluição da Baía da Guanabara, concebido na década de 90, já consumiu até 2010, segundo o site da Cedae, mais de um bilhão de reais em investimentos. 
       Não há dúvidas de que a complexidade desse projeto também pode trazer muitos benefícios para o povo fluminense. Além da questão ambiental, como aporte para outros empreendimentos, a Baía da Guanabara sem impurezas, ou pelo menos num nível de poluição aceitável, poderia viabilizar mais uma alternativa de transporte, como meio hidroviário, beneficiando um contingente considerável de moradores da Ilha do Governador, São gonçalo, Alcântara e Baixada Fluminense.
      Aliás, estranha-se até hoje, porque o Rio de Janeiro não explora esse importante recurso natural como solução caseira e potencial turístico.
      Como se pode observar, não é difícil melhorar o bem-estar da população, o que falta é vontade política e responsabilidade.
     O recado está dado.     

      

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