Alguns integrantes do governo federal estão ventilando a ideia de reeditar a CPMF, a tal contribuição que não sabemos se um dia vai ser permanente ou provisória, como forma de angariar mais recursos para a saúde pública.
Não é preciso ir muito longe ou quantificar o que foi arrecadado da última vez para saber que a contribuição não atingiu o objetivo que se esperava, mesmo porque os números do déficit na área de saúde não se alteraram positiva e satisfatoriamente, tanto que o governo agora ensaia repetir a dose, não pelo sucesso da última investida, mas pela necessidade de investimento no setor, como bem frisou a presidente Dilma Rousseff recentemente.
Por mais que a parcela do orçamento destinado à saúde esteja sendo usado de forma transparente e sensata não é o suficiente para trazer os resultados que a população espera. Pelo tamanho das filas nos hospitais, falta de remédio e equipamentos e até de médicos em muitas unidades pelo Brasil afora, é preciso uma ampla discussão para se avaliar a forma como está sendo conduzido e gerido todo o montante confiado ao setor ao longo desses anos e décadas de um quadro lastimável da saúde pública no país.
Mesmo que os técnicos do governo resolvam reeditar a CPMF, é preciso corrigir vícios, sejam eles de desvio de verbas, muito comum hoje em dia na administração pública, ou de um simples, mas grave problema de gestão, o que de uma certa forma configura um complicador nas pretensões do governo de melhorar a saúde da população brasileira.
Se por um acaso o governo decidir seguir o conselho do ministro da saúde Alexandre Padilha de aumentar os impostos dos cigarros e bebidas alcoólicas para fomentar o setor, ainda assim a população não terá a garantia de resultados promissores. A tributação em questão é mais uma taxação a onerar as finanças do contribuinte, que no final das contas fica frustado com o desempenho da administração pública na condução nos serviços básicos que a população deveria receber em troca do imposto pago.
Entretanto, que isso não seja o único recurso do governo para resolver velhas questões. Que essa velha tática de sobretaxa não se torne o único mecanismo para resgatar a grande dívida social com a população brasileira. Por mais que o governo acerte em sua política de investimento público existirá sempre o problema de má gestão do dinheiro público em outras esferas governamentais para onde os recursos são destinados, além da grande praga do cenário político, a corrupção a interromper o processo de desenvolvimento social, pela forma voraz com que opera nas engrenagens da máquina pública.
Segundo pesquisa encomendada pela Fundação Getúlio Vargas e divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, a corrupção solapou do governo federal R$ 40 bilhões entre 2002 e 2008, fora o que supostamente pode ter sido desviado de administrações municipais e estaduais.
É, na verdade um problema que a sociedade precisa resolver para que o Brasil possa retomar o seu rumo, como alternativa a essas medidas paliativas e maléficas ao país. Não existe falta de investimento nos serviços públicos. O que existe é despreparo e irresponsabilidade social com as riquezas do país e falta de respeito com as vidas humanas.
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