quarta-feira, 25 de julho de 2012

A questão UPP

   Tudo indica que esse projeto das Unidades de Polícia Pacificadora vai demorar um pouco mais para trazer os resultados que a sociedade espera, principalmente os moradores das localidades contempladas por essa política de segurança implantada nas comunidades carentes.
    Na verdade, desde os primeiros instantes de fixação das forças de segurança nas principais áreas de conflito entre a polícia e tráfico de drogas, todas as ações do poder público nessas conturbadas regiões não deu à população a garantia de que todos ficariam livres desse perigo que sempre rondou o morro e o asfalto.
     Mesmo nas outras regiões onde há também esse aparato de segurança, o policiamento local é feito com a mesma tensão de outrora, nas vielas e becos íngremes e miseráveis.
     No mesmo instante em que a Polícia Militar e o Exército reforçaram as localidades antes ocupadas por bandidos impondo o terror nessas áreas, as prisões efetuadas nas incursões realizadas foram muito tímidas, e bandidos de alta periculosidade acabaram escapando, se refugiando em outras comunidades, até que a poeira abaixasse. 
    Agora que a primeira agente de polícia  foi morta em confronto com traficantes, mesmo nessas áreas reforçadas por forças policiais, reforça-se a ideia de que muita coisa precisa ser feita para que esse inovador modelo de segurança conquiste a confiança dos moradores e da população como um todo.
     Mais do que apurar a responsabilidade pela morte da soldado Fabiana Aparecida de Souza é importante que o aparelho policial disposto no Complexo do Alemão reverta esse quadro de incerteza que a atual política de segurança do estado sempre demonstrou e traga a tranquilidade que a população já almeja há muito tempo.
     No caso específico de comunidades carentes, uma providencial medida de segurança nessas localidades só será eficaz quando esta estiver inserida dentro de uma política social proposta pelas três esferas de governo, concomitantemente. Já não basta o lixo e o esgoto à céu aberto?
     Enquanto a imprensa estiver cobrindo esses eventos de guerra e paz momentânea, com coletes à prova de quase todos os calibres; enquanto a força policial for o único braço do estado presente nestas comunidades carentes de outras benesses do poder público, significa que as autoridades de segurança precisam se esmerar muito mais para que todos saiam desse campo minado.

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