Pelos frequentes registros de incidentes envolvendo os trens da SuperVia é inútil ficar discutindo e acirrando debates acerca de eventuais melhorias no serviço que a concessionária presta à população do Rio de Janeiro.
Toda vez que um trem descarrila, como aconteceu agora, ou outra pane acontece, o mesmo discurso das mesmas bocas falantes de sempre, e ninguém capaz de acender a luz de emergência para reformas profundas na operação de trens urbanos, cujos gestores e autoridades envolvidas diretamente ao setor são mais que reincidentes em causar verdadeiro caos para o cidadão em seu deslocamento diário.
O sr. Carlos José Cunha não pode passar para a sociedade a ideia de que apenas o advento de novos trens vai resolver o problema desse importante modal do sistema de transporte coletivo, quando, na verdade, é nítido que a precariedade do serviço abrange toda a rede que necessita de manutenção constante, investimentos concretos em toda a infraestrutura e fiscalização permanente da agência reguladora.
Na verdade, a sociedade como um todo, incluindo o Ministério Público, a OAB e a comissão de transporte público do legislativo, que acreditamos ser a voz da população, deveriam rever, dentro da esfera jurídica, com base em proposta de interesse público, o contrato de concessão do poder público à SuperVia, estendido recentemente por mais 40 anos.
A eficiência do serviço, reparações de eventuais prejuízos à população, prazos de adequação do sistema e investimentos que proporcionem a excelência do serviço prestado certamente são normas que não estão sendo cumpridas dentro de acordo firmado, o que permite um reexame dessa relação, pouco saudável ao cidadão, do poder público com a iniciativa privada, como já acontece com outros sistemas, precisamente ônibus e metrô.
Nem mesmo as análises técnicas que o CREA-RJ e o Clube de Engenharia fazem paralelamente são levadas em conta, o que demonstra a pouca seriedade em lidar com o problema, no momento em que a imprensa mostra a relação político amistosa entre o presidente da SuperVia, o sr. Carlos José Cunha, o representante da AGETRANSP, Arthur Vieira Bastos e o secretário estadual de transporte Júlio Lopes.
Já passou da hora de tirar essa gente de circulação, para que a população também pare de andar nos trilhos e o sistema de trens urbanos entre finalmente nos eixos.
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