A torcida do Botafogo não
poderia esperar que Seedorf se alongasse no time alvinegro por muito tempo.
Mesmo antes de mostrar todo seu talento nos campos brasileiros, já havia a
expectativa de que o holandês rumasse para outra seara do futebol, como parte
da evolução na trajetória de grandes boleiros, o que não seria diferente em se
tratando de Clarence Seedorf.
Em outras praças é comum a
prática dos principais clubes, principalmente da Europa, de integrar em seus
quadros alguns jogadores que tendo brilhado dentro das quatro linhas criaram
cacife suficiente para prosseguir com sucesso no meio futebolístico em cargo de
comando.
E Seedorf certamente já figura
na galeria desses grandes ídolos, que para o bem do futebol, terão a
oportunidade de colocar em prática todo o conhecimento adquirido ao longo da
carreira. Isso não quer dizer que qualquer um que se aventure nessa nova
empreitada vai lograr êxito comandando uma equipe.
Mas, considerando as marcas
que Seedorf deixou nas equipes em que atuou, inclusive na seleção de seu país,
não há dúvidas de que ele vai contribuir
enormemente para um novo cenário do futebol mundial, pelo seu talento,
responsabilidade e seriedade com que conduziu sua brilhante carreira como
jogador.
E o Milan, por onde Seedorf
jogou por mais de dez anos, não se furtaria a seguir essa nova tendência, ao
repatriar o grande ídolo, agora técnico do time italiano, cujos dirigentes não
fariam uma proposta dessa envergadura para o holandês, se não tivessem a
certeza das qualidades de Seedorf, dentro do projeto de um grande clube em se
adequar aos novos ventos que sopram no futebol.
E se a bagagem de Seedorf o
credencia a se firmar nessa nova função, sua passagem pelo Botafogo enriquece
ainda mais o seu vasto currículo. Todo o período de adaptação, a estrutura do
futebol brasileiro em seus aspectos culturais, disciplinares e profissionais
foram obstáculos que Seedorf superou sem que isso abalasse a dignidade que
sempre demonstrou em seu breve período no Brasil.
Para o Botafogo e sua imensa
torcida, agradecida e orgulhosa, a satisfação de ter contribuído para esse rito
de passagem de Seedorf. Para o público brasileiro, a alegria de ter vivenciado
o espetáculo que Seedorf sempre procurou proporcionar nas vezes em que esteve
em campo.
Pelas incertezas que ainda
rodam o futebol, esse novo projeto de Seedorf ainda é uma incógnita, quanto aos
resultados que virão. Mas, pelo profissionalismo do holandês, um grande desafio
pela frente, que Seedorf vai saber encarar com a mesma competência de sempre.
Valeu, Seedorf!
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