A Ucrânia é o primeiro idício de que o mundo não evoluiu desde o fim da Segunda Grande Guerra, quando todo acreditava que não haveria mais nenhuma desvença entre nações ou blocos econômicos.
Qual e diferença entre a Polônia de outrora, dividida ao meio por tiranias de diferentes estirpes, e a Ucrânia, disputada pelo saudosismo de Putin em reeeditar o poderio sovético e o desespero do velho continente, a Europa, para tirar o euro do câmbio paralelo e fortelecer a economia do Bloco?
É bem verdade que Barack Obama não tem cacife para criar um novo Plano Marshall, caso lhe coubesse a árdua missão de salvar a Europa de uma hecatombe econômica.
Mas tanto quanto as rusgas em torno de Varsóvia dividia o mundo em imbecilidades, Kiev também está no centro de uma contenda entre o poder de sedução dos europeus e a sanha tirânica de Putin.
O próximo mandatário da Ucrânia ainda é uma incógnita, dada a divisão de forças do eleitorado daquele país, onde uma grande parcela deseja uma nação aos moldes da cultura ocidental, e a outra que parece querer contribuir para que a Rússia espalhe uma nova onda soviética.
Mesmo que as decisões verdadeiramente soberana do povo ucraniano alargue as fronteiras do velho continente, é certo que Vladimir Putin reinaugurou a Guerra Fria, ainda que sem os resquícios ideológicos do passado, na época do famoso Muro, embora o governo russo pregue sistematicamente o fortalecimento do Estado, enquanto as administrações da Europa, o encolhimento deste, o que não deixa de ser um grande divisor de águas no mapa do mundo.
De qualquer forma, é mais importante que a população da Ucrânia resolva seus conflitos internos, mesmo no meio desse fogo cruzado.