O primeiro contratempo do futebol foi o gol-contra. Depois, durante o tempo em que a elite formatava as grandes jogadas e a zona de agrião, alguns boleiros começaram a inventar a mesmice dentro das quatro linhas.
É lógico que a burocracia dos principais fundamentos do futebol não poderia eternizar o velho esporte bretão, quebrando fronteiras e desenhando um novo mapa geopolítico da arte de jogar bola!
A revolução do futebol teve origem nos campos de várzea, de terra batida, de onde brotaram os meninos de canelas cinzentas e a bola de meia.
Hoje, o futebol não tem raça nem fronteira nem nacionalidade. Por isso, é inadmissível que ainda entoem das arquibancadas os cânticos de intolerância toda vez que neguinho ensaia uma grande jogada.
Quando o futebol virou espetáculo a firula foi o primeiro grande ato dos grandes palcos encobertos de grama. E o futebol deve à ginga do negro a magia que emana das grandes peladas, construindo um gol, decidindo um campeonato e encantando um público sempre fiel às suas origens e seus princípios.
Uma partida de futebol é como uma grande roda de capoeira, do público em círculo, entoando em compassos de samba as proezas do moleque de canelas cinzentas, a nobreza de um grande gesto e a elegância de um grande feito.
Cubillas, certamente deu ao povo peruano, não só o orgulho de ter um grande ídolo, como também a honra de um povo civilizado.
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