É bom que a sociedade desmistifique de vez essa história de que as comunidades ocupadas por forças policiais estão pacificadas.
Tanto quem mora nessas áreas quanto a população em geral já estão mais que acostumados com desfechos trágicos em conflitos envolvendo policiais, bandidos e os próprios moradores, aliás, a parte mais vitimada nesses confrontos.
Apesar de vários registros de confusão em áreas com UPP instalada, ainda falta um fato novo que pudesse reconduzir o tão almejado processo de paz.
Não é surpresa que muitos delinquentes ainda estejam infiltrados nessas localidades, mesmo depois da ocupação policial, haja vista, como já disse anteriormente, as poucas prisões efetuadas desde a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora.
Se havia a expectativa de ações mais enérgicas à medida em que as forças policiais fossem reconhecendo esses territórios de geografia complexa, hoje não se vislumbra resultados promissores, justamente pela forma superficial com que o aparelho policial atua nessas regiões.
No entanto, pelo tempo de ocupação do braço armado do Estado nas principais comunidades contempladas pela atual política de segurança, bastaria ações mais efetivas, com ênfase na inteligência, em conjunto com a outra força auxiliar, a Polícia Civil, como forma de preencher integralmente todos os espaços, todos os pontos nevrálgicos, onde o poder paralelo ainda se faz presente, inclusive com intimidações e domínio sobre grande parte da população local, que sempre se insurge contra as incursões policiais, toda vez que um morador engrossa a lista de vítimas fatais nos confrontos frequentes, mesmo que não haja a comprovação da culpabilidade da Polícia Militar quanto à disparos que vitimam fatalmente algum morador.
Eu nunca quis acreditar que a implantação das UPPs, como item principal da plataforma do governo estadual, fosse mera propaganda da atual administração do Estado do Rio. Mas, diante dos parcos e tímidos resultados que se verificam, é bom que o poder público reveja todo esse procedimento adotado até o momento, assim como uma profunda reflexão por parte da sociedade sobre os métodos da atual política de segurança que ainda permitem ações nefastas e truculentas da marginalidade, bem como o evidente despreparo da Polícia Militar em lidar com situações extremas.
Diante dessas incertezas, isso pode ter reflexos nas próximas eleições, no momento em que um cidadão qualquer se sinta parte de um todo.
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