A essa altura do campeonato geral já sabe e conhece um pouco mais da trajetória de Ítalo Ferreira, o cara da vez, o brasileiro que no momento honra o nome do Brasil lá fora e representa todo esse universo de gente que começou do zero seus mais edificantes projetos de vida. Porque, ante a explosão de alegria do nosso surfista campeão olímpico, o que não falta é gente relembrando as agruras de um cenário adverso, de um tempo cruel, em que tudo era desfavorável a qualquer sonho.
Na cabeça de brasileiros de norte a sul do país, a lembrança do cara que começou a surfar com a tampa da caixa de isopor trouxe à memória de quem hoje goza de prestígio e sucesso aqueles momentos de penúria.
Da mesma forma que o Ítalo Ferreira engatinhou nas marolas de Baía Formosa, em condições completamente adversas, quanta gente também não teve uma tampa de isopor pra chamar de sua, só que em forma de um sapato velho, de uma roupa velha, de um trem lotado, de uma vida escassa do mínimo necessário, de uma doença, uma perda ou qualquer outro obstáculo que interrompesse um velho sonho.
Pra quem vê e se espanta como tudo começou há, sim, o reconhecimento de quem lutou pra chegar aonde chegou. Só que passou despercebido de muita gente o triunfo maior de quem chega ao topo; a glória maior de quem fez jus ao sucesso por ter encarado o mais sinistro desafio que é uma onda daquela que quebra a prancha e ainda assim o cara não desiste; enfim, uma dádiva a quem sempre acredita.
Pois bem, ficou marcada em especial na imagem do Ítalo, ainda às voltas com o mar revolto, o agradecimento pela vitória, porque nada pode ser comemorado antes de direcionar o pensamento a quem de fato proporcionou toda aquela festa. E o Ítalo fez isso logo de cara, ali, ainda aos frangalhos, mas de forma sublime, humilde e soberana ao mesmo tempo, como bem marca os verdadeiros campeões.
A gente costuma dar moral aos esportistas com base apenas em suas técnicas e tal, mas é bacana quando o cara amplia esse campo, quando seus valores, de família, de suas origens e, principalmente, de sua fé maior se somam às suas habilidades. E o Ítalo Ferreira já é um grande vencedor nesse quesito.
É isso que vai servir de referência pra quem de repente pensa em desistir porque não tem um tênis, uma prancha, uma bola, uma coragem, uma fé.
É isso que me fez fã do Ítalo Ferreira pelo conjunto da obra.
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