Finalmente começaram a discutir um assunto que há muito tempo já faz parte da vida das pessoas em todas as suas áreas de atuação. Sim, em outras áreas também porque não é só no ambiente esportivo que a saúde mental está diretamente ligada ao desempenho em práticas de qualquer natureza.
Na seara do esporte essa questão fica mais evidente e mencionada por causa da própria repercussão do evento em nível global, como é o caso das Olimpíadas, mas é necessário que esse assunto seja discutido em todos os aspectos e ambientes, pois, eu não lembro de alguma coisa que o ser humano faz em que corpo e mente não estejam ligados.
Então, é melhor que se aprofunde essa discussão levando em consideração todas as atividades humanas. Não é difícil perceber, hoje em dia, a pressão que as pessoas sofrem em seu cotidiano por resultados imediatos.
Trabalho, escola, família são ambientes em que há uma expectativa qualquer que sempre ultrapassa os limites tolerados das coisas, seja em compromisso, em metas de estudos e resultados, enfim, as pessoas estão constantemente correndo contra o tempo, nadando contra a maré, buscando resultados e performances, na maioria das vezes, sem qualquer perspectiva de resultados promissores.
A decisão da Simone Biles de abandonar as disputas em Tóquio certamente vai reabrir debates a respeito, mas é bom que se dê uma dimensão maior, para que a questão da saúde mental não fique restrita apenas a área do esporte, porque os próprios especialistas, quando chamados para fazer diagnósticos, propor medidas e soluções, ficam concentrados ali, naquele problema, às vezes numa narrativa que só funciona para aquele assunto, somente, quando se poderia ampliar o debate com base em toda agenda social da sociedade.
Seria o começo de uma discussão que iria atingir várias pessoas em seu cotidiano. Da mesma forma que a atleta americana chegou ao seu limite, um universo considerável de gente de todos os estratos sociais estão vivendo, trabalhando, respirando além de suas capacidades normais e não têm a mesma oportunidade que Simone Biles teve para se recolher e ensaiar um recomeço.
Independente da sorte e dificuldades que cada um terá para encontrar a melhor solução para seus próprios males, a verdade é que as pessoas estão doentes, infelizes, transitando entre a ilusão e a loucura desses tempos em que quase tudo tem de ser imediato, urgente, sem tempo para reflexão sobre a viabilidade de seus projetos, que acabam adiados ou até interrompidos.
Na cultura do corpo, é a prevalência dos influenciadores na vida das pessoas, sempre foi assim, não é de hoje. As pessoas se deixam levar por metas que não são suas, por projetos dos outros, por sonhos alheios. É impressão minha ou o advento de novas tecnologias vão aprisionando cada vez mais as pessoas?
De qualquer forma, há uma crise em curso no mundo que impede uma massa enorme de viver confortavelmente dentro de seu ideal de vida, mesmo um sujeito rico que não sabe usar sua grana, e mais ainda o indivíduo com fome, desempregado, sem perspectiva de vida.
De repente os governos precisariam investir mais em psicólogos na rede pública, para ampliar o acesso, além, é claro, de inclusão na área de educação para que futuras gerações saibam conciliar suas atividades, de modo a viver plenamente, sem amarras, sem apego.
Bom dia, Miguelito!
ResponderExcluirA vida de um competidor nos emociona mas é muito "dura". A cobrança pela perfeição por parte dos treinadores, as vezes chega a ser cruel. Esses "twisties" no caso da Simones Biles, na minha humilde opinião, é o terrível pânico que está sempre a espreita, até mesmo de nós simples mortais. Lembra do nosso tão amado Ayrton Senna? Ah, se ele tivesse desistido!
Bom dia, querida! Se não se discutir isso agora, as próximas gerações sofrerão sérios danos! Beijão!😎💋
ExcluirCom certeza.
ExcluirÓtima reflexão. Creio q estamos vivendo uma era de opressão
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