domingo, 9 de janeiro de 2022

A VACINA É NOSSA

 

  Começar o ano com a expectativa de um grande período em nossas vidas é um propósito que deve ter habitado a mente de todos os brasileiros em mais um ano que se inicia.
     Se houver um projeto que possa efetivamente contemplar o maior número de pessoas é mais um motivo de comemoração e, claro, um impulso para prosseguir em mais e mais projetos de interesse público.
     Com a aprovação pela Anvisa do uso do insumo farmacêutico ativo fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz a sociedade brasileira já pode comemorar o que sempre foi uma constatação: a capacidade da ciência brasileira de fazer o Brasil autossuficiente na fabricação de vacinas através de matéria-prima essencialmente nacional.
    É uma notícia tão importante para o Brasil que deveria estar estampada em destaque nas principais manchetes de jornais, telejornais, rádios, sites de notícias e redes sociais. É um fato tão marcante para os brasileiros que certamente quebraria toda essa polarização em assuntos de vários matizes hoje em dia, porque é a vitória da ciência do Brasil em prol de toda a sociedade.
    Com todo o suporte científico que o Brasil construiu através de seus principais órgãos de pesquisas, o próprio Programa Nacional de Vacinação no Brasil atingiu um nível de excelência que sugeria num tempo qualquer, ainda que tardiamente, a independência em seu produto final, a hegemonia depois de todo o esforço que ao longo de décadas e séculos a comunidade científica brasileira empreendeu, mesmo com parcos investimentos, sem a atenção adequada à urgência e demanda da pesquisa científica no Brasil com ênfase na saúde pública.
    Mesmo antes de a pandemia de covid-19 acelerar esse processo de independência na área de saúde, o Brasil já merecia atingir esse patamar por tudo que cientistas e pesquisadores sempre fizeram com esse objetivo.
    Em várias áreas do setor produtivo no Brasil, estamos sempre na expectativa da nossa independência porque temos essa competência, temos estrutura suficiente para não depender de ninguém, como já foi comprovado nas oportunidades que tivemos de sermos autossuficientes, por exemplo, em combustível, o PróAlcool, que colocaria o Brasil em outra posição nesta área; e no setor de tecnologia, em que aquele acidente na Base de Alcântara, em 2003, frustrou nossos planos de independência também.
     Se num passado recente perdemos a chance de confirmar nossa hegemonia, agora o Brasil se coloca em posição de destaque justamente numa área em que há mais necessidade ultimamente. Por toda a estrutura que o Brasil criou ao longo dos tempos com a agenda de vacinação e a experiência adquirida no combate às principais enfermidades, o povo brasileiro pode hoje comemorar essa grande conquista.
     Além dos efeitos positivos que esse grande feito da Fiocruz vai trazer para os futuros projetos e expedientes no programa de vacinação como um todo, o Brasil ainda se apresenta para o mundo como uma nação capaz de contribuir para a imunização em países onde os índices de vacinação ainda estão baixos, como bem frisou a presidente da instituição, Nísia Trindade.
     Enfim, um feito que confirma a Fundação Oswaldo Cruz como um grande patrimônio do Brasil. Uma vitória que enche de orgulho todos nós brasileiros.

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