Vai demorar um pouco para a vida do povo gaúcho voltar à normalidade. Se aos poucos em vários lugares o nível da água vai baixando e alguns vão recomeçando depois de muita faxina e descarte, a economia do estado segue completamente sem prazo para a retomada.
Pois é, se a vida das pessoas vai, cedo ou tarde, voltando ao que era antes, a atividade econômica em todos os segmentos é que vai ter de dar uma sacudida geral, porque, na moral... não dá mais pra essa gente tocar seu negócio sem um pingo de responsabilidade e ignorando os preceitos ambientais.
Da mesma forma que cobram do poder público políticas que acompanham tendências que já se verificam em outras praças, os empresários também precisam rever seus conceitos e passar a adotar um modelo de gestão responsável e totalmente alinhado à causa ambiental.
Mas, por outro lado é preciso um comprometimento maior do meio jurídico, sem se deixar levar por interpretações que a lei sempre oferece, que acabam livrando detratores do meio-ambiente de responsabilização criminal. Como já acontece faz tempo em casos que repercutiram bastante e ficaram por isso mesmo.
A empresa lá de Brumadinho causou toda aquela tragédia com 270 mortes e toda a cidade cancelada, nessas atividades de mineração no Brasil que ainda prejuízos à sociedade, e os réus no processo ainda estão entregando suas defesas à justiça.
O cara abre uma fábrica de detergente e descarta seu lixo químico no rio que corre atrás da firma e seu alvará continua valendo. Fazendeiros desmatam sistematicamente para plantar boi no lugar, mas como têm bom conceito e goza de status junto à jurisdição local, tá tranquilo. Aqui no Rio áreas protegidas por lei são devastadas para construção desses condomínios em empreendimentos sem preocupação alguma com a natureza.
Isso é um pouco do que ocorre pelo Brasil afora com a leniência da justiça, de prefeitos e governadores que afrouxam leis para atender interesses.
Lá no Rio Grande do Sul, pela dimensão da catástrofe, nada será como antes, nem mesmo quando a água baixar. Vai ter de haver uma discussão séria e profunda sobre o futuro do estado e a vida das pessoas, e claro, sem essa politização e polarização, muito comuns nesses tempos atuais.
Falando com otimismo, é provável que o impacto daquela tragédia vai servir de alerta para tudo que precisa ser debatido no país. Porque, não é possível que depois de toda essa tragédia não haverá nenhuma mudança de rumo na causa ambiental no Brasil.
Aguardemos os próximos capítulos.
A culpa será sempre da Natureza! Enquanto houver punição para os verdadeiros responsáveis.
ResponderExcluirIsso não é de hj uma tristeza a muito anunciada, enquanto não houver um governo sério vai ser daí prá pior já esqueceram a tristeza de Belo Horizonte que a barragem veio e levou tudo e vai ser assim com tudo e ninguém vai fazer nada e continuarão no poder todos sem sair um.
ResponderExcluir