Toda vez que essa gente se reúne para fazer acordo, traçar planos e diretrizes visando novas forma de governança, há sempre uma expectativa de algo que possa efetivamente promover mudanças no mundo, diante de tantas necessidades, mas sem garantia alguma de que haverá, de fato, grandes transformações.
O próprio documento que eles assinam ao final do encontro deixa bem claro o caráter facultativo das intenções de cada um em botar em prática os itens propostos no acordo.
Seja na área econômica ou na questão ambiental, a boa vontade de cada nação esbarra em seus próprios interesses. Basta olhar desde os primórdios desses encontros, fóruns econômicos e debates sobre meio ambiente, em que níveis estão as metas que cada um se comprometeu atingir dentro do prazo estabelecido.
É prematuro dizer que o G20 terá o mesmo desfecho, ou seja, a mesma incerteza de encontros anteriores. Até porque, é animador saber que o debate sobre a fome, uma mazela que assola milhões de pessoas no mundo, ganha essa dimensão toda, mas é preciso distinguir como o tema é tratado em nível global até hoje, já que é a FAO que cuida do assunto e tem lá suas dificuldades pertinentes a cada região que o órgão assiste; e o tratamento que cada nação vai dispensar à questão da fome dentro da agenda interna de cada país.
Com base na própria realidade brasileira, a fome vem atrelada a outras questões como déficit habitacional, falta de saneamento básico, coleta de lixo e a violência que realça ainda mais o cenário dessas regiões com miséria em larga escala.
É dentro desse cenário que o governo brasileiro, os estados e os municípios devem sempre adotar políticas para diminuir os números dessa mazela, como bem sugere o documento do encontro, não seria diferente.
No mais, o G20 discorreu sobre as velhas propostas para mudanças climáticas, tema recorrente, e uma eventual mudança na governança global, ou seja, outro item complexo, que certamente vai gerar interpretações de toda ordem entre os participantes, o que mais uma vez põe em xeque o sucesso de mais um encontro.
O certo seria a gente estar falando sobre esses eventos com perspectivas bem positivas com relação ao futuro, mas ainda não há indícios dessa possibilidade.