Eu quero acreditar que houve mudanças no movimento negro no Brasil, que possam dar ao nosso país o rumo que deve ser tomado para que sejamos uma sociedade cada vez mais justa.
Muito antes de o Almirante Negro se rebelar contra as chibatadas e Zumbi resistir bravamente em Palmares, os escravos já difundiam sua cultura nos canaviais, dançando a lida no campo para ludibriar o senhor, mas professando sua crença. No chiado do vento que balançava a cana caiana, a harmonia dos cantos que embalavam a labuta, enquanto a foice ceifava o vento e os pés descalços marcavam o massapê.
Já vai muito o tempo em que começou essa trajetória de luta até os dias de hoje, quando muito pouco mudou. Depois que a Princesa Isabel deu aquela canetada, demorou um pouco mais para se discutir essa lacuna num país miscigenado.
Hoje, infelizmente, ainda convivemos com o racismo impregnado nas relações sociais, nas picuinhas dos guetos, onde brancos e pretos se misturam na mesma miséria, mas batem de frente quando há um conflito em seu cotidiano; e na repartição, onde a hierarquia incolor ainda incomoda muita gente.
Podemos comemorar alguns avanços que trazem alento a quem vê a sociedade com outros olhos, mas não o suficiente para diminuir as diferenças que se verificam nos números sociais, no que diz respeito às oportunidades dispensadas a cada estrato social.
Como combate ao racismo demos um passo importante com a instituição da Lei Afonso Arinos, que busca reparações e punições para essa segregação que ainda insiste em se impregnar no tecido social. Ontem foi assinada a Declaração de Salvador, em que países de população negra, na África e América Latina se comprometeram a criar um fundo com o objetivo de construir mecanismos, não só para combater o racismo, com punições e reparações, como também programas de inclusão social como forma de trazer mais oportunidades na área de emprego, educação, cujos resultados podem remexer nos indicativos sociais, completamente desfavorável à comunidade afrodescendente.
É muito bacana ver apresentadores de TV, artistas, esportistas e pessoas comuns, todos negros, ascendendo socialmente, mas é triste, por exemplo, ver a dilapidação de templos de Umbanda e Candomblé, no momento em que se discute a liberdade de expressão religiosa que os órgãos de imprensa não cansam de veicular.
A própria instituição desse dia de hoje, para reflexão sobre a consciência de todos, mostra o quanto queremos erradicar de vez esse apartheid no nosso cotidiano.
Axé!
Muito antes de o Almirante Negro se rebelar contra as chibatadas e Zumbi resistir bravamente em Palmares, os escravos já difundiam sua cultura nos canaviais, dançando a lida no campo para ludibriar o senhor, mas professando sua crença. No chiado do vento que balançava a cana caiana, a harmonia dos cantos que embalavam a labuta, enquanto a foice ceifava o vento e os pés descalços marcavam o massapê.
Já vai muito o tempo em que começou essa trajetória de luta até os dias de hoje, quando muito pouco mudou. Depois que a Princesa Isabel deu aquela canetada, demorou um pouco mais para se discutir essa lacuna num país miscigenado.
Hoje, infelizmente, ainda convivemos com o racismo impregnado nas relações sociais, nas picuinhas dos guetos, onde brancos e pretos se misturam na mesma miséria, mas batem de frente quando há um conflito em seu cotidiano; e na repartição, onde a hierarquia incolor ainda incomoda muita gente.
Podemos comemorar alguns avanços que trazem alento a quem vê a sociedade com outros olhos, mas não o suficiente para diminuir as diferenças que se verificam nos números sociais, no que diz respeito às oportunidades dispensadas a cada estrato social.
Como combate ao racismo demos um passo importante com a instituição da Lei Afonso Arinos, que busca reparações e punições para essa segregação que ainda insiste em se impregnar no tecido social. Ontem foi assinada a Declaração de Salvador, em que países de população negra, na África e América Latina se comprometeram a criar um fundo com o objetivo de construir mecanismos, não só para combater o racismo, com punições e reparações, como também programas de inclusão social como forma de trazer mais oportunidades na área de emprego, educação, cujos resultados podem remexer nos indicativos sociais, completamente desfavorável à comunidade afrodescendente.
É muito bacana ver apresentadores de TV, artistas, esportistas e pessoas comuns, todos negros, ascendendo socialmente, mas é triste, por exemplo, ver a dilapidação de templos de Umbanda e Candomblé, no momento em que se discute a liberdade de expressão religiosa que os órgãos de imprensa não cansam de veicular.
A própria instituição desse dia de hoje, para reflexão sobre a consciência de todos, mostra o quanto queremos erradicar de vez esse apartheid no nosso cotidiano.
Axé!
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