terça-feira, 17 de setembro de 2013

UPP na berlinda

   Em meio à indefinição na investigação do Caso Amarildo o governador Sérgio Cabral declarou que o erro de um policial não chega a manchar esse importante projeto de segurança implementado nas comunidades carentes.
   O chefe do executivo estadual seria a última autoridade a considerar o sumiço do pedreiro um fato isolado de todo esse projeto concebido para diminuir os números da violência que beiravam níveis alarmantes nas classes menos favorecidas.
  A suposta participação de traficantes da Rocinha como segunda hipótese no desaparecimento de Amarildo já revela que, pelo menos naquela comunidade, a Unidade de Polícia Pacificadora implantada ali não conseguiu extirpar do cenário local o poder paralelo que ao longo de todos esses tempos atormentou a vida dos moradores, que viram na chegada do aparelho policial àquela localidade um horizonte de paz.
  Seria desastroso para Sérgio Cabral a opinião pública acreditar que há na explanação do governador admissão de que houve participação de um integrante da corporação envolvido naquele sinistro, o que, num primeiro olhar, revela a falta de preparo no intrincado caso, cheio de incertezas quanto ao seu desfecho.
  Enquanto o Caso Amarildo não for esclarecido de fato, haverá, sim uma mancha nesse projeto de diminuição dos números da violência que assola a Rocinha e outras comunidades, onde também há registros de conflitos entre a força policial e moradores.
   Se for para o governador mandar sempre papo torto nas poucas vezes em que aparece em público, é melhor que ele fique refugiado até chegar a hora de entregar as chaves do Palácio e dos helicópteros.
   
   

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