Tão logo encerrou o leilão de
Libra, começou a enxurrada de críticas a respeito da composição dos consórcios
que irão explorar as águas profundas daquele campo nos próximos 35 anos. Apesar
do novo formato que o governo federal já tinha sinalizado especificamente para
o campo de pré-sal, grande parte dos especialistas não se deu por satisfeito
pelo desfecho de todo o processo, acrescentando que a Petrobras poderia, sim,
ter tirado mais vantagens do que parece indicar esse novo modelo.
Mesmo com toda a projeção que
havia em torno do potencial petrolífero do território brasileiro, seria quase
impossível que a Petrobras se tornasse totalmente independente nos trabalhos de
prospecção numa área de dimensões continentais.
Ainda que a empresa detenha tecnologia de
ponta para executar com excelência todas as etapas de produção de petróleo, o
montante de recursos necessário para alavancar o projeto em águas profundas não
se encaixaria no orçamento da empresa, numa época em que a Petrobras ainda
tinha que exportar um volume muito maior do produto para o abastecimento
interno, e ainda promover uma sistemática engenharia financeira para que a gasolina,
por exemplo, fosse menos dispendiosa para o consumidor.
O próprio fracasso do Pró-Álcool,
na década de 70, contribuiu para que a Petrobras gastasse um montante considerável
de recursos, que poderia, já naquela época, está sendo utilizado em projetos
futuros de energia alternativa, em cujas matrizes o Brasil demorou a investir,
considerando a diversidade de recursos naturais disponíveis em nosso
território.
As gestões passadas,
principalmente durante o Regime Militar, não conseguiram implementar esses projetos
com os quais as outras nações já acenavam, pela urgência de novas formas de energia,
principalmente pela preocupação com o meio-ambiente e a questão da
sustentabilidade.
Mesmo com todo o discurso
ufanista do passado, ninguém foi capaz de proteger a nossa riqueza dos
predadores de outrora. Qualquer projeto que dependia de capital externo não
trazia os resultados que a sociedade brasileira esperava, deixando sempre a
economia do Brasil em frangalhos, vulnerável, em função das dívidas que o país
acumulava com essas transações cheias de dúvidas e incertezas.
Agora, a presidenta Dilma
Rousseff inaugura um novo modelo de partilha no leilão de Libra, em que a
Petrobras fica mais protegida, com a fatia maior na distribuição dos lucros e o
petróleo brasileiro finalmente possibilitando investimentos maciços em saúde e
educação, e ainda assim uma gama de teóricos de plantão não vê o horizonte que
esse novo processo pode descortinar para a população brasileira, com a iminência
de geração de empregos, principalmente, tão logo o projeto de Libra comece a
movimentar outros setores da economia brasileira.
O governo federal foi muito
feliz em sua decisão e a Dilma muito feliz em seu discurso. Não se esperava
outra coisa da presidenta.
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