As implicações que cercam o
leilão de Libra vão muito mais além dos serviços de prospecção e produção de
petróleo oferecidos pelo governo brasileiro a consórcios de capital estrangeiro.
Não há dúvidas de que esse novo
regime de partilha criado pelo governo federal pode trazer mais vantagens para
a população nos contratos que serão assinados agora com as empresas que vão
explorar o petróleo brasileiro nas próximas décadas, bem diferente do modelo
antigo, de concessão, em que o governo recebia apenas os impostos devidos.
As garantias de que essa nova
descoberta do pré-sal vai trazer benefícios reais à sociedade brasileira vai
depender unicamente da competência e transparência com que os órgãos envolvidos
no repasse dos royalties irão empregar vultosos recursos, especialmente na área
de saúde e educação, como ficou decidido por lei no Congresso Nacional, através
de proposta da presidenta Dilma Rousseff recentemente.
O objeto maior de preocupação fica por conta
da segurança de toda a tecnologia adquirida através de pesquisa e inovação das
principais ferramentas para o trabalho de perfuração já utilizada nos outros
campos de grande porte.
Se a Petrobras hoje é a empresa
mais moderna do mundo no expediente em águas profundas, foi também, ao longo
desses anos, muito vigiada e monitorada em momentos importantes do processo de
desenvolvimento de sua tecnologia de ponta, como ficou comprovado em recentes
descobertas de casos de espionagem, da qual a Petrobras foi vítima também.
Agora, cabe ao governo
federal se precaver dos perigos que rondam as áreas estratégicas, principalmente
na área de petróleo, até hoje objeto de disputa de grandes nações dependentes
dessa riqueza para alavancar suas economias, por meio do fortalecimento do parque
industrial.
Em cinco anos, prazo previsto
para o começo da produção em Libra, é possível encontrar meios de blindar todo
o projeto desenvolvido até agora, que permitiu que a Petrobras chegasse a esse
patamar de uma grande empresa, assim como minimizar os impactos de eventuais
acidentes ecológicos provenientes dos trabalhos que serão realizados
futuramente naquela área.
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