Não é sempre que as comemorações pelo aniversário do Rio de Janeiro coincidem com a maior festa do nosso calendário.
Pelo aspecto multicultural do povo carioca, fica até parecendo que o carnaval também faz 449 anos.
Se a cidade do Rio de Janeiro evoluiu enormemente ao longo de quase meio milênio, as mudanças que poderiam efetivamente acompanhar o ritmo frenético de uma grande metrópole ficaram no ensaio das importantes manifestações, sejam elas das ruas, retomadas recentemente, ou no seu aspecto cultural que o carnaval emblematicamente traduz desde a época dos corsos até os dias de hoje com o crescimento do blocos de rua e dos grandes enredos da avenida.
Mais especificamente neste ano cheio de incertezas e também de expectativas, louvemos menos as belezas naturais da cidade maravilhosa, e consagremos a resistência do carioca a tudo que lhe é hostil.
A febre do isoporzinho para combater a carestia; as mensagens das camisetas aos governantes; e as fantasias inusitadas, exóticas e irreverentes acabam por remeter o carnaval a uma grande forma de protesto da população por tudo que ainda não foi realizado em mais de quatro séculos de história.
Portanto, mais do que exaltar tudo aquilo que enche os olhos de quem vem se esbaldar em quatro dias de folia, é enaltecer as proezas de um povo feliz e resistente em toda sua essência.
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