Tem dia que as árvores nem balançam de tão sinistro
que fica o dia. Não tem nem como chamar de calmaria, de sossego, esse estado em
que nada se move.
Na cultura dos pássaros deve ser mesmo tenebroso uma árvore que não se move que eles nem pousam por ali, ou talvez eles até saibam que um silêncio é necessário por ali, daí irem cantar em outra freguesia.
Mas o que era estranho, medonho e sem sentido acaba sendo revelador, pois é de um silêncio desse que a gente precisa. Na verdade, nada era tenebroso e triste, tudo era de propósito mesmo, aquela conjunção de fatores conspirando a seu favor.
Num estado normal de cantoria dos passarinhos, da brisa que abraça as pessoas, esse corre-corre de gente respirando e sobrevivendo, passam mesmo despercebidos as tragédias e um monte de gente partindo pra nunca mais voltar.
Por um instante a gente até esquece quanto tempo já dura esse negócio e até quando vai continuar esse martírio das pessoas perdendo o fôlego e sumindo do mapa. Por um instante a gente até esquece quantas pessoas nunca mais veremos, porque o cansaço desconfigura a memória. O cansaço de tanto sentir saudade de quem era a extensão de nós. Porque cansa, demanda energia ficar rebobinando a fita e enxergando cada vez mais distante alguém que continua sendo nossa referência e inspiração.
Agora só há espaço na mente para prosseguir; só há espaço para lutar e insistir; e um cantinho bem apertadinho lá no fundo do hipotálamo para agradecer a tudo isso. Porque não pode passar em branco a coragem que você ganhou, e o quanto a gente se fortalece mesmo sofrendo revezes a todo instante.
O cara que perde a mãe, o pai, aquele abraço predileto, sai driblando tempestade e ainda mete um gol, esse cara somos nós que fomos escalados para contar histórias. Esse cara somos nós que vamos oferecer o que temos de melhor. Há um propósito para esses caras que somos nós, que vamos rever as pessoas que nos inspiram e os lugares que nos encantam, não demora muito.
Daqui pra frente, tudo que envolve esses caras que somos nós é passível de gratidão, desde a grande conquista de continuar a caminhada, passando pelo privilégio de resistir às perdas e a expectativa de um novo horizonte.
Gratidão sempre.
Na cultura dos pássaros deve ser mesmo tenebroso uma árvore que não se move que eles nem pousam por ali, ou talvez eles até saibam que um silêncio é necessário por ali, daí irem cantar em outra freguesia.
Mas o que era estranho, medonho e sem sentido acaba sendo revelador, pois é de um silêncio desse que a gente precisa. Na verdade, nada era tenebroso e triste, tudo era de propósito mesmo, aquela conjunção de fatores conspirando a seu favor.
Num estado normal de cantoria dos passarinhos, da brisa que abraça as pessoas, esse corre-corre de gente respirando e sobrevivendo, passam mesmo despercebidos as tragédias e um monte de gente partindo pra nunca mais voltar.
Por um instante a gente até esquece quanto tempo já dura esse negócio e até quando vai continuar esse martírio das pessoas perdendo o fôlego e sumindo do mapa. Por um instante a gente até esquece quantas pessoas nunca mais veremos, porque o cansaço desconfigura a memória. O cansaço de tanto sentir saudade de quem era a extensão de nós. Porque cansa, demanda energia ficar rebobinando a fita e enxergando cada vez mais distante alguém que continua sendo nossa referência e inspiração.
Agora só há espaço na mente para prosseguir; só há espaço para lutar e insistir; e um cantinho bem apertadinho lá no fundo do hipotálamo para agradecer a tudo isso. Porque não pode passar em branco a coragem que você ganhou, e o quanto a gente se fortalece mesmo sofrendo revezes a todo instante.
O cara que perde a mãe, o pai, aquele abraço predileto, sai driblando tempestade e ainda mete um gol, esse cara somos nós que fomos escalados para contar histórias. Esse cara somos nós que vamos oferecer o que temos de melhor. Há um propósito para esses caras que somos nós, que vamos rever as pessoas que nos inspiram e os lugares que nos encantam, não demora muito.
Daqui pra frente, tudo que envolve esses caras que somos nós é passível de gratidão, desde a grande conquista de continuar a caminhada, passando pelo privilégio de resistir às perdas e a expectativa de um novo horizonte.
Gratidão sempre.