No aniversário da cidade do Rio de Janeiro a gente até faz alguma reverência pra não deixar passar em branco a importância desse lugar maravilhoso para todos aqueles que aqui vivem.
A gente até faz uma menção qualquer, mas sob outra ótica, não mais com ênfase nessa estética dos cartões-postais, cujos clichê e retórica não condizem mais com a realidade do Rio de Janeiro.
A minha rotina diária por aqui me permite avistar o relógio da Central do Brasil todos os dias, e já faz muito tempo que eu vejo sempre o mesmo horário marcado lá no alto daquela torre, os ponteiros parados no mesmo ponto todos os dias, como se não fosse mais relevante marcar o tempo na cidade; como se não fosse mais importante para todos saber o tempo das coisas ao nosso redor, o tempo de cada um, o tempo da própria cidade maravilhosa, apesar de toda a efervescência que revela justamente o tempo e as pessoas andando de um lado para o outro.
Pois o Rio de Janeiro cresceu assim, cheio de contradições misturadas à sua atmosfera, em que o simbolismo do tempo, mais precisamente o tempo do relógio da Central, é uma síntese da realidade da cidade hoje.
Além daqueles ponteiros completamente imóveis, estáticos, parece que muita coisa parou no tempo no Rio de Janeiro. É como se nada andasse por aqui há muito tempo, apenas as pessoas, porque alguém tem de trabalhar nessa cidade, e o povo é o único elemento que se pode exaltar, pela luta e resistência a todos os problemas que sempre fizeram parte de nossa agenda.
Ao longo desses 456 anos, se houve transformações ficaram no plano estético em sua grande maioria, pois o mais importante do conjunto que é o Rio de Janeiro, a vida das pessoas, o bem-estar, o conforto, a segurança e a satisfação de viver por aqui, tudo isso teve muito pouco investimento, muito pouca atenção por parte de quem se aventurou em fazer do Rio de Janeiro aconchegante para os próprios moradores, mas não atingiu o seu objetivo, porque nunca governaram com o mesmo espírito da população, nunca tiveram a raça, a coragem e, principalmente, a responsabilidade que cada carioca tem de cumprir o seu papel.
Porque, se tem uma coisa que nunca parou de funcionar por aqui é o povo respirando, correndo atrás, suando a camisa e carregando o seu fardo em sua rotina diária, faça sol ou chuva.
Apesar de toda a angústia, sofrimento e apreensão dos cariocas como um todo em seu dia a dia, há em cada um a expectativa de ver o relógio da Central voltar a funcionar novamente, aqueles ponteiros gigantes mudando de lugar a todo instante, inclusive, iluminados também à noite, revelando o brilho da nossa cidade; marcando o tempo exato da cidade, pra mostrar a todos que o Rio de Janeiro precisa voltar a funcionar de fato, dando moral aos moradores, não ao forasteiro, ao visitante que só vem em época de festa e pega tudo arrumadinho por uns dias.
Se o melhor do Rio é o carioca, tudo que pode e deve melhorar por aqui será pensando na população, que não vê a hora de voltar a ter orgulho de viver na cidade maravilhosa.
A gente até faz uma menção qualquer, mas sob outra ótica, não mais com ênfase nessa estética dos cartões-postais, cujos clichê e retórica não condizem mais com a realidade do Rio de Janeiro.
A minha rotina diária por aqui me permite avistar o relógio da Central do Brasil todos os dias, e já faz muito tempo que eu vejo sempre o mesmo horário marcado lá no alto daquela torre, os ponteiros parados no mesmo ponto todos os dias, como se não fosse mais relevante marcar o tempo na cidade; como se não fosse mais importante para todos saber o tempo das coisas ao nosso redor, o tempo de cada um, o tempo da própria cidade maravilhosa, apesar de toda a efervescência que revela justamente o tempo e as pessoas andando de um lado para o outro.
Pois o Rio de Janeiro cresceu assim, cheio de contradições misturadas à sua atmosfera, em que o simbolismo do tempo, mais precisamente o tempo do relógio da Central, é uma síntese da realidade da cidade hoje.
Além daqueles ponteiros completamente imóveis, estáticos, parece que muita coisa parou no tempo no Rio de Janeiro. É como se nada andasse por aqui há muito tempo, apenas as pessoas, porque alguém tem de trabalhar nessa cidade, e o povo é o único elemento que se pode exaltar, pela luta e resistência a todos os problemas que sempre fizeram parte de nossa agenda.
Ao longo desses 456 anos, se houve transformações ficaram no plano estético em sua grande maioria, pois o mais importante do conjunto que é o Rio de Janeiro, a vida das pessoas, o bem-estar, o conforto, a segurança e a satisfação de viver por aqui, tudo isso teve muito pouco investimento, muito pouca atenção por parte de quem se aventurou em fazer do Rio de Janeiro aconchegante para os próprios moradores, mas não atingiu o seu objetivo, porque nunca governaram com o mesmo espírito da população, nunca tiveram a raça, a coragem e, principalmente, a responsabilidade que cada carioca tem de cumprir o seu papel.
Porque, se tem uma coisa que nunca parou de funcionar por aqui é o povo respirando, correndo atrás, suando a camisa e carregando o seu fardo em sua rotina diária, faça sol ou chuva.
Apesar de toda a angústia, sofrimento e apreensão dos cariocas como um todo em seu dia a dia, há em cada um a expectativa de ver o relógio da Central voltar a funcionar novamente, aqueles ponteiros gigantes mudando de lugar a todo instante, inclusive, iluminados também à noite, revelando o brilho da nossa cidade; marcando o tempo exato da cidade, pra mostrar a todos que o Rio de Janeiro precisa voltar a funcionar de fato, dando moral aos moradores, não ao forasteiro, ao visitante que só vem em época de festa e pega tudo arrumadinho por uns dias.
Se o melhor do Rio é o carioca, tudo que pode e deve melhorar por aqui será pensando na população, que não vê a hora de voltar a ter orgulho de viver na cidade maravilhosa.
Exatamente, meu caro Miguel, o que restou do Rio, foi o carioca! No mais, a cidade perdeu o encanto!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
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