Eu fui protelando a hora de falar sobre a vida da gente, mais precisamente sobre o prazo que todos nós cumprimos por aqui, e aquela velha questão acerca do que cada um pode e deve fazer com essa oportunidade de chegar por aqui, escolher sua forma de vida e respirar ate dizer chega.
Dificilmente se faz especulações sobre nosso prazo de validade nesse plano, entendendo os grandes mistérios que cercam nossa passagem, a conformação com a morte e vida que segue pra quem continua.
Mas nesses últimos tempos, mesmo com todas as incertezas sobre os rumos da humanidade devido às guerras, às práticas nocivas do seu e do nosso semelhante, ou de repente até mesmo em função disso, eu já acusei por aí algumas manifestações de como seria interessante se nós pudéssemos durar um pouco nesse velho mundo.
Dificilmente os jovens se ocupam dessas possibilidades. Eles têm mais o que fazer, mas, pra nós que já temos as mãos calejadas e zero de cansaço, por enquanto, a gente fica pensando que não vai dar tempo de fazer um pouco mais aquilo que estava programado; aquilo que não poderia ser realizado antes porque não era o tempo, enfim, agora pode sair do jeito que a gente idealizou, por que não?
Mas, de qualquer forma, é muito pouco esse instante em que se permanece por aqui. Mesmo que a gente não morra subitamente de uma violência qualquer, de fome, de uma dessas doenças, se não acontecer nada que abrevie nossa vida de repente, a gente vai durar esse tempo que todo mundo conhece, dentro daquela expectativa de vida normal, que até aumentou de uns tempos pra cá, mas bem aquém das possibilidades que a própria mente humana abre na consciência de quem tem mil e um planos pra tirar do papel.
Vai demorar um pouco para se viver uma vida plena depois dos três dígitos. Tem gente que nem quer viver tanto. Olha o Alain Delon aí pedindo pra morrer. E tantas outras fugindo das guerras para ter uma sobrevida. Um paradoxo que deve até confundir muita gente sobre se vale a pena viver tanto tempo.
Agora, olhando lá para frente, nem há garantia de que as gerações que tiverem esse privilégio vão tornar esse tempo estendido mais funcional e produtivo. Nem se pode afirmar que as religiões, as tecnologias de ponta, as novas formas de poder e as leis vigentes irão proporcionar e deliberar alguma coisa nesse sentido.
Como já acontece nesse tempo de agora, é bem provável que as ações positivas de caráter coletivo continuem comprometidas por falta de entendimento, fruto de rancor e discórdia, a não ser que mais pessoas de bem comandem as ações e as nações. Isso, sim, pode interferir positivamente numa dimensão bem maior por conta de um engajamento mais amplo também.
Talvez o grande sobressalto que vai continuar impactando a humanidade será de cunho individual, ou seja, cada um fazendo o seu melhor no pouco tempo que ainda lhe resta, o que pode efetivamente influenciar mais pessoas ao redor, ainda mais agora com toda essa conexão global. Uma ação isolada pode virar uma prática universal. Todo esse aparato tecnológico pode e deve servir para difundir o que estão fazendo de bom por aí.
Bom, enquanto não aumentam nosso prazo de validade, a gente vai aprendendo a conciliar tudo aquilo do qual não queremos abrir mão, seja por preencher nosso próprio ego ou como um projeto de caráter social, sustentável, que possa deixar legado, essas coisas.
Parabéns gosto de ler a forma como vc se expressa
ResponderExcluirS❤️😍
ResponderExcluirParabéns pelo texto!
ResponderExcluir"...a não ser que mais pessoas de bem comandem as ações e as nações. Isso, sim, pode interferir positivamente numa dimensão bem maior por conta de um engajamento mais amplo também...". É com essa esperança que tenho vivido a cada dia. Parabéns!!! excelente texto.
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