segunda-feira, 4 de abril de 2022

ATÉ QUANDO ISSO?


   Já não dá mais pra ficar falando desses acidentes em decorrência de temporais que castigam as cidades dentro da expectativa que a própria sociedade vai alimentando nas ações dos gestores atuais dos referidos municípios. 
    A questão humanitária a gente até sabe que ameniza a situação de muita gente numa hora dessa, mas, melhor ainda é sinalizar o que vai ser do futuro dessas localidades. É projetar lá pra frente o destino das cidades, suas viabilidades, suas agendas e a realidade das pessoas que terão essas localidades como recanto e refúgio.
     Não é difícil perceber que esses eventos de mais calamidades ocorrem em áreas de relevos que compõem grande parte do território fluminense. Uma característica marcante do estado do Rio que consta e muito nos vários estudos que já foram feitos considerando a geografia de cada localidade onde há precipitações de toda ordem.
     Só para ficar em eventos recentes, Petrópolis ainda faz um amplo balanço do prejuízo causado pela tempestade que destruiu a cidade em fevereiro, e agora Angra dos Reis, Paraty e vários pontos da Baixada Fluminense, onde o uso desenfreado e inadequado do solo urbano é sistematicamente ignorado pelos gestores municipais de todas essas regiões, inclusive na capital, a cidade do Rio de Janeiro que também tem vários pontos críticos com vários registros de catástrofes.
     Vale lembrar como sempre a Rio+20, em 2013, o evento mais importante dentre os demais encontros para tratar a questão do desenvolvimento das cidades dentro de um quadro social de políticas públicas atrelada a qualquer intervenção urbana. 
   Se o Rio de Janeiro tivesse seguido à risca os pontos mais importantes do documento final daquele Fórum, numa escala aceitável de responsabilidade e transparência a cidade maravilhosa estaria hoje num nível de excelência suficiente para servir de modelo para as demais regiões do estado com as mesmas urgências e necessidades. 
    Nas tomadas aéreas de veículos de imprensa é fácil perceber a coleta irregular de lixo e esgoto a céu aberto em vários lugares, comunidades carentes e asfalto, numa mostra de como o gestor público ignora ou dá pouca atenção a uma questão da maior relevância, no momento em que várias metrópoles do mundo seguem essa tendência de desenvolvimento sustentável. 
    Na cidade do Rio de Janeiro diminuíram bastante os registros de acidentes em decorrência de tempestade em função das sirenes instaladas nas comunidades, mas por outro lado um crescimento desenfreado de construções irregulares em áreas de proteção ambiental, ainda com fiscalização muito aquém do que a causa exige.
     São praticamente nulos as discussões e compromissos em relação às catástrofes e o sofrimento da população ao longo do calendário em todo o estado do Rio de Janeiro.
    

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