É importante ver mudanças em nossa cidade, mesmo que seja algo que não traga algum resultado prático no momento. Só de ter alguma transformação já indica uma mudança de ares, uma atmosfera diferente, que o Rio de Janeiro bem precisa disso a todo instante.
Se a gente ficar falando só de saúde, educação e segurança, quase não sobra tempo e espaço pra se preocupar com outras questões da mesma relevância.
Agora mesmo o prefeito proibiu o uso de caixas de som nas praias da cidade. Já estava na hora de uma decisão assim, porque estava também ficando insuportável essa barulheira, esses níveis de decibéis já bem acima no nível tolerável, imagina.
Eu sou da época que a gente ia à praia e via aquela galera refinada curtindo o sol e um som maneiro pra embalar aquele ambiente maravilhoso de azaração, paz e vários outros atributos que só a essência da orla carioca é capaz de proporcionar.
A gaivota, o mar, a brisa, o cara do mate, cada um com seu ruído harmonioso, o equilíbrio perfeito quando a natureza e o homem de bem se conectam no mesmo espaço.
Mas, hoje, infelizmente, dependendo do point que alguém escolher pra marcar presença, é uma confusão de sons e efeitos para todos os lados que fica até difícil você se fixar num ritmo, que de repente o vento muda de direção e começa a misturar os ritmos de uma forma tão aleatória que a balbúrdia se estabelece no pedaço, e pra piorar, ninguém abaixa o volume, e claro, acaba prejudicando quem também leva seu som, mas fica na disciplina, na moral, sem stress.
Pois bem, outro dia tinha um grupo lá ocupando vários hectares de areia, a rapaziada super motivada, litrão, cracudinha, maior química, e aquela caixa que já vem com uma pick-up instalada em cima, nem precisa de DJ, é só ler o manual, tá tranquilo.
Os caras mandando de Caetano Veloso, nêgo véio. Show de bola, mas em alto e bom tom, diga-se de passagem. De longe dava pra ver a coreografia no mesmo compasso do refrão. Mãos pro alto. “Deixa eu dançar, pro meu corpo ficar Odara”. É bacana ouvir a trilha sonora dessa gente bronzeada e cheia de aperto nesses tempos de carestia e guerra na mesma vibe, pra ficar tudo joia rara.
Próximo da outra barraca uma outra galerinha, também com o mesmo patamar de animação, tinha Djavan nas carrapetas e nas alturas também, vai vendo. Uma loucura. Era uma outra cadência, sem, tampouco parecer um embate entre as equipes. “Açaí, guardiã, zum de besouro, um ímã, branca era a tez da manhã”. Guardadas as devidas proporções, era assim no velho píer de Ipanema. Paz e amor. Não necessariamente nessa ordem, porque, quando os biricuticos começam a fazer efeito a porrada costuma estancar entre eles.
A rapaziada que curte um Proibidão, coitados, ficaram até inibidos com toda essa balbúrdia. Logo eles, que ficam no sapatinho, por ali, tomando um gelo, na moral, curtindo o som baixinho, sem stress, certamente ficarão prejudicados com essa decisão do Eduardo Paes.
Sacanagem, prefeito.
Se realmente ouvissem seu som na boa a poluição sonora não seria tanta, já estava mais do que na hora essa proibição,mais claro que vai ter o jeitinho brasileiro, sem caixa porém o aparelho celular ainda tira um som
ResponderExcluirAdorei!!
ResponderExcluirAdorei tb
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