Muito bacana o último show do Milton Nascimento em Belo Horizonte. Em pouco mais de duas horas de espetáculo, o Bituca reviveu toda a sua trajetória de mais de 60 anos de carreira. Um período que se confunde com a vida de uma enorme legião de fãs, inclusive, a minha.
Vendo aquele público maravilhoso em completa devoção e agradecimento a tudo que Milton Nascimento produziu ao longo da carreira passou um filme na minha cabeça.
Quando eu comecei a prestar atenção em músicas, identificar o que soaria melhor para mim, Milton Nascimento já soltava a voz nas estradas. Foi nessa época que eu ouvi “Travessia”. Eu não tinha a menor ideia de quem era Milton Nascimento, mas foi através daquela bela canção que minha mente fluiu para os melhores acordes.
A minha sorte foi ter em meu convívio familiar a referência de pessoas que já haviam identificado Milton Nascimento como um talento nato, e ter apostado em tudo que o Bituca produzisse dali pra frente e botasse para rolo nas rádios, nas vitrolas e nos bailes da vida.
E assim me foi apresentado Milton Nascimento de forma compulsória, mas que certamente teria influência em minhas escolhas, porque até nisso Milton Nascimento se tornou especial, ou seja, ele serviu de referência não só para vários artistas que surgiram depois, além, claro, da reverência que astros já consagrados faziam para ele, a gente aqui de fora, só ouvindo, criava automaticamente um modelo a ser seguido nas primeiras playlists.
Tudo que a gente queria ouvir de outras vozes teria que ter o nível de Milton Nascimento, ou algo próximo daquela beleza de som, de voz, de poesia em forma de canção.
E Bituca foi com o tempo fazendo parte de vários momentos de minha vida, como certamente serviu de trilha sonora do grande público em fases pertinentes a cada um, porque é assim mesmo toda a obra de Milton Nascimento, uma canção que valia por uma época no plano cultural, social, político, enfim, eu sinto uma saudade danada de quando tocava “Maria Maria”, “Canção da América “, “Coração de Estudante “, “Caçador de mim”, “Encontros e Despedidas”, e por aí vai o que representou para mim a vida e a obra de Milton Nascimento.
Até hoje eu fico cantarolando que meu caminho é de pedra, é verdade. Talvez seja uma forma de reconhecimento ao maior talento, de amor à melhor das poesias e, principalmente, de agradecimento à influência adquirida.
Lindo demais sua tese, ele foi apesar de todo esforço, emocionante e marcante, que Deus o proteja e abençoe
ResponderExcluirIsso mesmo! Ele é tudo ! ♥️
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