sábado, 19 de novembro de 2022

A BOLA DA VEZ


   É bola rolando mais uma vez nesse grande campeonato que é a Copa do Mundo, sempre num lugar diferente, porque tem uma fila gigante de países querendo sediar um evento dessa magnitude.
     E dessa vez é o Qatar, esse país forasteiro no cenário do futebol, mas que tem bastante grana para organizar a festa segundo os critérios da FIFA. Eu digo forasteiro, estranho, porque o Qatar não tem tradição no futebol, pelo menos por enquanto, já que aos poucos todo mundo vai aprendendo a jogar bola.
    De qualquer forma, é mais uma festa com um monte de gente de idioma, cultura, religião e habilidades diferentes para fazer gol. Esse Qatar que poderia estar falando português, tá pensando o quê?
     Pois é, lá no passado, nas Grandes Navegações, Portugal andou dando umas esticadas bem além do Cabo da Boa Esperança e ciscou também lá pelas bandas do Golfo Pérsico, chegando a amarrar umas caravelas num píer qualquer do Qatar, mas os turcos cortaram o barato dos gajos em pegar as pérolas de lá com a mesma facilidade com que surrupiaram o ouro do Brasil.
     Mas isso é outra história, gente, até porque o Qatar hoje vive da renda e riqueza do petróleo e do gás, o suficiente pra levantar aqueles arranha-céus e claro, fazer estádios bem bacanas para acomodar uma massa cheia da grana, porque essa Copa não é pra mochileiro, não, companheiro. Um souvenir lá é mais caro que a camisa oficial da seleção aqui no Brasil, vai vendo.
   No mais, o Qatar será momentaneamente o Planeta Bola, onde os confrontos revelarão as diferenças como contraponto da disputa. Vai ter partida entre nações irmãs, amigas, e outras como reedições de velhos conflitos, como Estados Unidos e Irã, de por exemplo. Haja coração e fair-play. Disputa entre colonizador e colonizado. Qualquer falta desleal, é puro revanchismo. E Jogador que faz o sinal da cruz quando entra em campo pode correr risco na terra do Islã. Não adianta nem chamar o VAR.
     Aos torcedores só resta seguirem as regras da casa. Aliás, a regra é clara por lá. No começo os caras até flexibilizaram, mas depois endureceram e agora é bico seco geral. Eu lembro logo de alemães e ingleses numa hora dessa, coitados, ficaram tão bolados quanto o patrocinador. A FIFA vai pensar duas vezes antes de escolher um país islâmico para sediar a Copa novamente.
    A gente descontrai, mas sabe que tudo isso faz parte de um grande cenário de diversidade que é o planeta em sua integridade. Não faltam eventos no mundo que trazem à tona essa questão tão importante, principalmente agora nesses tempos de intolerância em nível global. E a Copa do Mundo é o acontecimento que mais aflora essas diferenças.
    É claro que há toda uma questão política envolvida nesse processo de espalhar a maior disputa do futebol no mundo, e o mundo árabe também é protagonista na história de formação de civilizações e a pluralidade cultural ao redor de cada nação, assim como o ocidente e outros continentes, de onde brotam gente de todos os cantos jogando bola e rompendo fronteiras, disseminando a arte do velho esporte bretão.
    E a peleja no Qatar não será diferente. Vamos que vamos.

2 comentários:

  1. Quem viver verá, aqueles que não respeitam nada, aprontando por lá e sendo impedidos de voltarem pra casa!

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  2. A FIFA sifu! Levou uma bola por baixo das pernas com a proibição da cerveja na última hora,que preju meu irmão isso não se faz,respeitem o patrocinador,virou zona essa porra???

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